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Governo totalitário da Coreia do Norte nega os direitos da população BR

Marzuki Darusman. Foto: ONU/Rick Bajornas

Governo totalitário da Coreia do Norte nega os direitos da população

Relator da ONU afirma que comunidade internacional deve garantir que liderança do país seja responsabilizada por crimes contra a humanidade; Marzuki Darusman incluiu na lista presidente norte-coreano, Kim Jong Un.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O relator especial da ONU Marzuki Darusman afirmou que “a estrutura de governo totalitário da Coreia do Norte nega totalmente os direitos da população e seu poder parece estar fortemente enraizado por todo o país”.

Em relatório divulgado esta segunda-feira sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, Darusman disse que “a comunidade internacional deve garantir que os líderes norte-coreanos sejam responsabilizados por crimes contra a humanidade, inclusive o presidente, Kim Jong Un.”

Comando

O relator explicou no documento apresentado no Conselho de Direitos Humanos que “o país tem uma estrutura de comando extremamente centralizada e hierárquica, onde um controle rigoroso é exercido até as camadas mais baixas da sociedade”.

Segundo o representante da ONU, “o princípio de comando e a responsabilidade superior do grupo podem oferecer uma teoria plausível para culpar o líder supremo, Kim Jong Un, e a maioria dos líderes de alto escalão do passado e do presente”.

Darusman declarou que a Coreia do Norte realizou o quarto teste nuclear em janeiro e fez outro teste de míssil de longo alcance em fevereiro. Ele disse que ao negar qualquer tipo de direito humano aos seus cidadãos, o governo acabou liberando recursos para seguir numa escalada militar agressiva.

Tratado de Paz

O relator especial mencionou que depois dos últimos testes realizados pelos norte-coreanos, vários governos demonstraram preocupação em substituir o acordo de Armistício, que pôs um fim à guerra da Coreia por um tratado de paz.

Darusman deixou claro no relatório que “a prestação de contas por crimes contra a humanidade deve ser parte integral de qualquer discussão sobre o futuro da Península Coreana, incluindo um acordo de paz.

O relator falou também sobre o princípio de jurisdição universal, que pode abrir a possibilidade de julgar os responsáveis pelos crimes cometidos na Coreia do Norte em um segundo país.

Momento Crítico

Ele pediu a criação de um grupo de especialistas para estudar a possibilidade de implementação de medidas de prestação de contas.

Darusman declarou que “o mundo está num momento crítico na história do povo coreano”.

Segundo o relator, a disposição da comunidade internacional para encontrar os responsáveis pelos crimes cometidos no país asiático terá um impacto profundo nas vidas da população e nos direitos humanos na Ásia e em outras regiões.