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Mesmo com recessão, comércio global de bens culturais dobrou em 10 anos BR

A China é o país líder na exportação de bens culturais, totalizando mais de US$ 60 bilhões em 2013. Imagem: Unesco

Mesmo com recessão, comércio global de bens culturais dobrou em 10 anos

Balanço feito pela Unesco mostra que em 2013, o comércio de jóias, esculturas, pinturas, música e livros totalizou US$ 212 bilhões; participação do Brasil nesse mercado está crescendo; exportação de jornais e revistas caiu 9%.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O comércio de bens culturais gerou US$ 212,8 bilhões em 2013, o dobro dos números registrados em 2004, segundo novo relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

O bom desempenho ocorreu mesmo com a recessão global e com o aumento do consumo de vídeos e de música pela internet. O comércio de jóias, principalmente as de ouro, aumentou 271% no mundo, movimentando mais de US$ 100 bilhões.

Brasil

Outros bens que estão sendo comercializados cada vez mais são: esculturas (+ 180%), pinturas (+ 80%) e artesanato (+ 57%). O relatório aponta o Brasil como um participante cada vez mais ativo na exportação de quadros movimentando US$ 80 milhões no período de 10 anos.

Com a digitalização de notícias, filmes e músicas, o comércio global desses bens culturais caiu bastante entre 2004 e 2013. O documento nota que crescem cada vez mais as assinaturas online desses serviços, por isso o impacto negativo do comércio foi forte nessas indústrias.

Era Digital

A exportação de bens cinematrográficos diminuiu 88%, a de bens musicais caiu 27% e a exportação de jornais e de revistas foi 9% menor. Por outro lado, o mercado de videogames viu seu comércio subir 140% e o de livros, 20%.

A China é o país líder na exportação de bens culturais, totalizando mais de US$ 60 bilhões em 2013. Na sequência estão os Estados Unidos, que gerou receitas de US$ 27,9 bilhões.

Com a transição cada vez maior dos bens culturais para o mundo digital, o relatório nota que está cada vez mais difícil obter dados precisos sobre este tipo de comércio.

A recomendação é para maior cooperação entre organizações internacionais, especialmente na promoção das estatísticas sobre o comércio cultural.