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OMS: mais de 60 grupos trabalham em pesquisa para vacina contra zika BR

Foto: Opas

OMS: mais de 60 grupos trabalham em pesquisa para vacina contra zika

Declaração foi feita pela diretora-geral assistente em reunião em Genebra; Marie-Paule Kieny afirmou que esse foi um grande avanço comparado com a resposta ao surto de ebola.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde, Marie-Paule Kieny, afirmou esta quarta-feira que mais de 60 grupos estão trabalhando na pesquisa e desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus.

Segundo Kieny, isso representa um grande avanço em comparação com a resposta ao surto de ebola na África.

Falhas de Conhecimento

Especialistas no assunto se reuníram em Genebra desde segunda-feira para avançar no combate ao vírus.

A representante da OMS afirmou que os participantes do encontro identificaram algumas falhas de conhecimento sobre o zika, como por exemplo a necessidade de uma melhor compreensão da dinâmica dos mosquitos e da disseminação da doença.

Outro ponto importante é a compreensão de como exposições anteriores a vírus relacionados ao zika, como a dengue, podem afetar a imunidade no caso de uma vacina contra o zika vírus.

Kieny explicou que, por causa dessas dúvidas, os cientistas ainda estão nos estágios iniciais de um medicamento contra a doença. Segundo ela, é possível que os especialistas só consigam fabricar uma vacina depois que a epidemia de zika na América Latina tiver passado.

Desenvolvimento

Mesmo assim, a diretora-geral assistente da OMS deixou claro que o desenvolvimento da vacina é imperativo para regiões que possam ser afetadas pela doença num futuro próximo.

Atenção especial deve ser dada a um medicamento para grávidas e mulheres em idade fértil.

Ela declarou que o desenvolvimento da vacina contra o zika é “tecnologicamente viável”. O diagnóstico da doença está num estágio mais avançado e alguns testes já receberam autorização para serem aplicados em alguns países.

Sobre o controle do vetor, o mosquito Aedes Aegypt, os especialistas disseram que “faltam provas que mostrem que as intervenções já conhecidas de controle do inseto tenham tido um impacto significativo, por exemplo, nas transmissões da dengue”.

Para Kieny, esse dado é importante porque mostra que o mundo deve investir em intervenções de comabte que realmente funcionem.

Uma nova reunião de emergência do grupo consultivo de controle vetorial da OMS vai acontecer na semana que vem. Os especialistas vão debater o melhor caminho a ser seguido pelos países daqui para frente.

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