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34 países do mundo precisam de ajuda externa para obter comida BR

Foto: FAO/Giulio Napolitano

34 países do mundo precisam de ajuda externa para obter comida

80% das nações são africanas, segundo balanço divulgado pela FAO; secas, inundações e conflitos estão entre as razões destacadas pela agência da ONU; Moçambique é o único país de língua portuguesa que precisa do apoio.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Trinta e quatro países do mundo precisam atualmente de ajuda externa para obter alimentos e 80% dessas nações estão na África. O dado foi apresentado esta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

Secas, inundações e conflitos civis são as razões que levam dezenas de países a precisar do apoio externo. A FAO cita especificamente os efeitos do El Niño, que reduziram de forma significativa a produção das colheitas no sul da África.

Brasil

Já na América Central e no Caribe, o clima seco ligado ao fenômeno podem afetar as colheitas pelo terceiro ano consecutivo. A Rádio ONU entrevistou o representante da FAO junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.

Hélder Muteia, que está em Lisboa, fala especificamente sobre a situação do Brasil.

"O Brasil está estabilizado no ponto de vista de produção de cereais, o relatório reflete isso. É importante também referir que o Brasil vai de certa forma procurar beneficiar dos melhores preços que o mercado mundial vai oferecer. Com a crise que aconteceu, como efeito do El Niño, vai haver um abaixamento da produção e o mercado mundial do ponto de vista de preços vai melhorar. O Brasil, tendo condições para isso, naturalmente vai tirar proveito."

Angola e Moçambique

O relatório da FAO apresenta dados sobre a situação em outros países de língua portuguesa, como Angola e Moçambique, onde a seca associada ao El Niño enfraqueceu fortemente as previsões de produção para este ano.

Moçambique vai depender da ajuda externa para obter alimentos, já que 176 mil pessoas sofrem com a insegurança alimentar. Por outro lado, na Guiné-Bissau, a produção de cereais pode ter aumentado 28%.

Em países como Iraque, Síria, Yêmen, Somália e República Centro-Africana, os conflitos são a razão para os impactos negativos no setor agrícola, o que piora ainda mais a crise humanitária nesses países.

Já na Coreia do Norte, a redução na produção ocorrida no ano passado terá um impacto negativo na segurança alimentar, onde o consumo de comida já é bastante baixo para a maioria das famílias.

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