ONU afirma que situação dos sem-teto é crise de direitos humanos
Relatora da organização pede aos governos que erradiquem a situação até 2030; mendigos são encontrados em todos os países do mundo e falta de moradia para todos é considerada “falha dos Estados”.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Pessoas sem-teto são encontradas em todos os países do mundo e uma especialista das Nações Unidas pede aos governos que reconheçam a situação como uma “crise de direitos humanos”.
A relatora especial para o direito à habitação espera das nações o compromisso para erradicar a condição até 2030, prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Estigma
Segundo Leilani Farha, o grande número de mendigos no mundo é uma evidência “da falha dos Estados em proteger e garantir os direitos humanos dos mais vulneráveis”.
A especialista citou o estigma social, a discriminação, a violência e a criminalização enfrentados por pessoas que moram nas ruas. Farha afirma que desigualdades na distribuição de propriedades e pobreza persistem em escala global.
Especulação
Leilane Farha cita outros dois problemas: a especulação do mercado imobiliário e os mercados irregulares, que colocam a moradia no patamar de commodity e não de direito humano.
Ela apresentou seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, e pediu que a questão seja combatida com urgência, porque a comunidade internacional tem estado “silenciosa” sobre o assunto.