Dados são da Organização Internacional para Migrações, OIM, agência parceira da ONU; apenas a Grécia recebeu mais de 110 mil pessoas até 25 de fevereiro; no mesmo período, 418 migrantes e refugiados morreram tentando atravessar o Mediterrâneo; a rota entre a Turquia e a Grécia continua sendo a mais mortal.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
As chegadas de migrantes e refugiados na Grécia e na Itália já ultrapassaram 120 mil em 2016. O marco de 100 mil havia sido alcançado no início desta semana, quase quatro meses mais cedo do que em 2015.
Segundo estimativas da Organização Internacional para Migrações, OIM, desde o início do ano até 25 de fevereiro, apenas a Grécia havia recebido 111.099 pessoas.
Mortes
Durante o mesmo período, mais de 418 migrantes e refugiados morreram tentando atravessar o mar Mediterrâneo.
A rota do Mediterrâneo oriental, entre a Turquia e a Grécia, continua sendo a mais mortal, com 321 mortes. No mesmo período do ano passado, 428 pessoas morreram.
Entre 1º de janeiro e 28 de fevereiro do ano passado, o número de chegadas pelo Mediterrâneo foi de cerca de 11,8 mil.
Grécia
De acordo com dados atualizados das autoridades gregas, 67.415 pessoas atravessaram para o país em janeiro deste ano. Aproximadamente 44% eram homens, 22% mulheres e 34% crianças. A principal nação de partida foi a Turquia.
Equipes da OIM nas ilhas de Creta, Samos, Kos e Lesbos estão trabalhando com as autoridades para identificar grupos vulneráveis para que possam receber o cuidado necessário. Entre eles, menores desacompanhados, idosos, pessoas com necessidades médicas e famílias com crianças.
Itália
Desde o início do ano, a OIM calcula que 8.966 chegaram à Itália pelo mar, mil a mais que no mesmo período do ano passado.
Nos últimos dois dias, 1.085 pessoas foram resgatadas no mar e levadas a Pozzallo e Augusta. Cinco corpos foram resgatados, de três mulheres e dois homens da África Subsaariana, que morreram na viagem.
Segundo o diretor do Escritório de Coordenação da OIM para o Mediterrâneo, em Roma, “estes migrantes provavelmente morreram asfixiados por conta da superlotação a bordo”.
Federico Soda alertou que “sobrecarregar os barcos é uma prática comum dos contrabandistas, que prometem passagem segura aos migrantes carentes, mas querem maximizar seus lucros”.
África Subsaariana
Sobre o aumento das chegadas à Itália, Soda afirmou que quase todos os migrantes são da África Subsaariana, principalmente Nigéria, Gâmbia e Mali. Ele afirmou haver também um número crescente de pessoas vindo do Marrocos.
Segundo o representante da OIM, por outro lado, houve uma queda no número de sírios usando a rota do Mediterrâneo Central.
A agência também enviou equips para os principais pontos de desembarque na Itália, incluindo Lampedusa, Calábria e Apúlia.