Perspectiva Global Reportagens Humanas

Previsão de chuvas gera otimismo para o Corno de África

Maioria dos afetados vive em nações como Etiópia, Somália, Eritreia, Djibuti e Sudão do Sul. Foto: OMM/Guillaume Louÿs

Previsão de chuvas gera otimismo para o Corno de África

OMM divulga estudo realçando nove países que devem receber chuva nos próximos três meses; previsões iniciais davam conta de 22 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar com destaque para a Etiópia.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A região do Corno de África tem maior probabilidade de receber "chuvas próximas do nível normal, mas que podem ter também um volume abaixo do normal" entre março a maio deste ano.

A informação deve ter impacto importante para a agricultura e a segurança alimentar em países que são gravemente afetados pelo forte El Niño: Etiópia, Sudão, Djibuti, Burundi, Ruanda, Uganda, Sudão do Sul, Somália e Quénia. 

Temperaturas

A previsão publicada esta quinta-feira teve em conta as condições atmosféricas nos oceanos Índico e Atlântico. Foi também analisada a variação das temperaturas da superfície do Oceano Índico e a degradação das condições do fenómeno El Niño.

As conclusões foram publicadas pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, após o Fórum sobre a Perspetiva do Clima no Corno de África que esteve reunido no Ruanda até esta terça-feira.

Risco 

No encontro, especialistas sobre o clima, usuários de avisos de alerta precoce e parceiros de desenvolvimento discutiram as implicações do fenómeno para vários setores.

O objetivo era a redução do risco de desastres e definir estratégias de resposta para áreas como recursos de segurança alimentar, saúde e água.

Revisão em Baixa

O prognóstico vai permitir que serviços meteorológicos e hidrológicos possam rever em baixa as suas previsões para oferecerem dados que venham a ser utilizados por áreas como agricultura, pescas, energia, transportes.

No Corno de África, o El Niño trouxe uma seca devastadora que foi seguida por chuvas intensas que aumentaram o risco de transmissão de doenças entre as populações deslocadas e as que apresentam altos níveis de desnutrição.

De acordo com as previsões iniciais, as condições do fenómeno climático deveriam colocar 22 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. A maioria vive em nações como Etiópia, Somália, Eritreia, Djibuti e Sudão do Sul.

Leia Mais:

OMM defende que El Niño já atingiu o seu máximo

Angola tem segundo maior custo para vítimas do El Niño em África