Zika: chefe da OMS visita área mais afetada por casos de microcefalia BR

Após reunião com a presidente Dilma Rousseff, na terça-feira, Margaret Chan está em Recife; agência afirmou que El Niño pode causar aumento em doenças transmitidas por mosquitos na América do Sul; agência de energia atômica vai fornecer equipamento ao Brasil para ajudar no combate ao zika.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, continua seu trabalho para orientar a resposta internacional ao vírus zika e a chefe da agência foi ao nordeste do Brasil visitar a área mais afetada por problemas neurológicos suspeitos de terem ligação com o vírus. Os casos incluem microcefalia em bebês.
Margaret Chan visitou o Instituto de Medicina Integrada Professor Fernando Figueira, em Recife, Pernambuco, estado onde, segundo a OMS, um número significativo de mulheres grávidas que contraíram o zika durante a gravidez tiveram bebês com microcefalia.
Microcefalia
Ela está sendo acompanhada pela diretora da Organização Panamericana da Saúde, Opas, Carissa Etienne.
A agência diz que, apesar de existirem muitas causas para a microcefalia, a suspeita se concentrou no zika por causa da incidência de tais casos ter aumentado em áreas onde o vírus se espalhou.
Além disso, muitos países, inclusive o Brasil, tiveram aumento nos relatos da síndrome de Guillain-Barré, um problema neurológico que pode resultar em paralisia.
Estratégia
Como parte da visita de alto nível ao Brasil, Chan se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e foi ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Cenad.
Na semana passada, a OMS lançou uma estratégia de resposta e um plano de operações conjunto para combater o vírus zika.
Emergência
Em 1º de fevereiro, Chan declarou "que os recentes casos de microcefalia e outras anormalidades neurológicas relatados na América Latina, após casos semelhantes na Polinésia Francesa em 2014, constituem uma emergência de saúde pública de preocupação internacional".
No entanto, na ocasião, o comitê de especialistas que se reuniu sobre a doença "não encontrou uma justificativa de saúde pública para restrições a viagens e comércio para evitar a propagação do zika vírus".
El Niño
Nesta semana, a agência afirmou que um volume de chuvas acima da média, causado pelo El Niño, é esperado em partes da América do Sul até maio deste ano.
O fenômeno pode causar enchentes e o aumento em doenças propagadas por mosquitos, incluindo malária, dengue, chikungunya e zika.
Mosquito Estéril
Nesta terça-feira, em uma reunião em Brasília, a Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, anunciou que vai transferir uma máquina de raios gama ao Brasil para ajudar o país no combate ao vírus zika.
Em alguns meses, o aparelho poderá ajudar a aumentar a produção de mosquitos estéreis para serem soltos em áreas específicas do país, mais afetadas pelo atual surto do vírus.
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