Quase 240 milhões de habitantes da África Oriental vivem na pobreza

Comissão Económica da ONU apresenta relatório sobre coesão social na região do continente; em cinco países do leste, uso de álcool é quase o dobro da média africana; violência contra as mulheres também tem alto índice.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Comissão Económica da ONU para a África, ECA, divulgou esta quinta-feira um relatório sobre coesão social no leste do continente, região que abriga 367 milhões de pessoas, ou um terço da população africana.

Mas 240 milhões desses habitantes vivem na pobreza, apesar da expansão da economia em vários países do leste. A ECA observa alguns avanços, como maior urbanização e introdução de tecnologias inovadoras.

PIB

Porém, no Burundi, na Etiópia e na Somália, mais de 80% da população ainda vive na pobreza, apesar do bom crescimento económico. O relatório explica que a Etiópia é um dos países que mais cresce no mundo: desde 2009, o Produto Interno Bruto já subiu cinco vezes mais rápido do que a média mundial.

O levantamento indica também que a presença das crianças nas escolas aumentou de forma significativa em África Oriental. No Burundi, no Djibouti, na Etiópia e na Tanzânia, a taxa de matrícula escolar dobrou desde o ano 2000.

Violência

Outro destaque vai para a violência no leste africano. Em 2008, o Uganda tinha a taxa de homicídio mais alta: 36 por 100 mil habitantes, enquanto a Somália registava 1,5 homicídio por 100 mil moradores.

O relatório sobre coesão social trata também dos níveis de abuso do álcool. Em cinco países, o índice é o dobro da média africana. Em relação à violência contra as mulheres, entre um terço e metade das habitantes de seis nações da África Oriental registaram já terem sido vítimas de abusos físicos.