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Situação de segurança no Iêmen piorou desde dezembro BR

O enviado especial da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed. Foto: ONU/Devra Berkowitz.

Situação de segurança no Iêmen piorou desde dezembro

Enviado especial do secretário-geral para o país afirmou que mais de 6 mil iemenitas morreram desde março de 2015; Ismail Ould Cheikh Ahmed disse ainda que mais de 35 mil pessoas ficaram feridas durante o mesmo período.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O enviado especial do secretário-geral para o Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, afirmou que a situação de segurança no país piorou desde o fim das conversações do processo de paz, realizadas na Suíça, em dezembro.

Em pronunciamento no Conselho de Segurança, nesta quarta-feira, o representante do secretário-geral afirmou que as reuniões terminaram “num espírito positivo”, com propostas, recomendações e esperança de um futuro melhor para o país.

Segurança

Ould Cheikh Ahmed disse que “infelizmente a situação de segurança piorou desde o fim das conversações”. Segundo ele, o último relatório da ONU mostra que mais de 6 mil iemenitas morreram desde março do ano passado e mais de 35 mil ficaram feridos por causa dos conflitos no país.

O enviado especial declarou que em várias partes do Iêmen recomeçaram os bombardeios e os confrontos nas ruas. Além disso, houve um aumento significativo no lançamento de mísseis na direção da Arábia Saudita.

Ele citou ainda uma alta dos atentados terroristas em várias cidades, principalmente em Áden e na capital, Sanaa.

Ameaça

Ould Cheikh Ahmed alertou novamente sobre a crescente presença de grupos terroristas, que acabam criando uma ameaça de longo prazo para o país e toda a região.

O enviado do secretário-geral disse que as liberdades básicas dos iemenitas, como a liberdade de expressão, continuam sendo minadas. A população também continua sofrendo com as graves violações da lei humanitária internacional.

Ould Cheikh Ahmed afirmou que apesar dos avanços limitados em algumas áreas, profundas divisões persistem entre as partes em conflito. Segundo ele, isso esta impedindo a convocação para uma próxima rodada de conversações.

Hostilidades

Segundo ele, os lados em conflito estão divididos sobre se as novas negociações devem começar com o sem a suspensão das hostilidades.

Para o enviado especial, “não há uma solução militar para a crise”. O conflito no Iêmen é político, dessa forma, a solução também deve ser política.

Ould Cheikh Ahmed declarou que a comunidade internacional deve, de forma coletiva, ajudar o Iêmen a redescobrir o “espírito de compromisso”. Na sua opinião, essa é a única maneira de os iemenitas superarem a violência e construírem um processo de paz.