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Unesco apoia análise de políticas de educação em Moçambique

Foto ONU: Eskinder Debebe
Unesco defende poesia como canal para maior cultura de conhecimento, coesão social e paz. 

Unesco apoia análise de políticas de educação em Moçambique

Cooperação pretende que país responda aos desafios da Agenda de Educação 2030; plano global foi recentemente adotado pelas Nações Unidas; agência vai analisar e comparar métodos locais com desempenho de vários países.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.*

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, anunciou que colabora com Moçambique na revisão de políticas de educação.

O objetivo da análise é garantir que o país esteja preparado para responder aos desafios da Agenda de Educação 2030, recentemente adotada pelas Nações Unidas.

Melhor Currículo

A Rádio ONU em Maputo ouviu profissionais da área sobre as políticas educativas em Moçambique. Docente de técnicas de produção audiovisual na Escola Superior de Jornalismo, Benilde Matsinhe afirmou que há um avanço em termos curriculares.

“O sistema tem estado preocupado na materialização dos objetivos. Numa primeira fase, após a independência, a preocupação era satisfazer áreas como saúde, engenharia no geral para apoiar o desenvolvimento do país. Agora não, começam a surgir novas necessidades como o audiovisual e a nossa educação tem estado a cumprir isso.”

A meta da revisão é avaliar as políticas, as estratégias e os resultados do Sistema de Educação de Moçambique.

Reforma

A outra intenção é recomendar políticas que podem contribuir para abordar a reforma no Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

O professor universitário e investigador na área da educação em Moçambique António Gonçalves fala de alguns desafios do setor.

“Se nós chegamos a 2015 e não conseguimos cumprir com as Metas do Milénio, quer dizer que falhamos com na questão da situação do acesso à educação básica, na satisfação das necessidades de aprendizagem. É aqui onde entra a questão da formação do docente e quais são as competências básicas que têm os docentes do ensino básico de modo que as crianças, ao chegarem ao fim das sete classes ditas obrigatórias, tenham problemas de leitura e de escrita.”

Planificação

O governo moçambicano e a Unesco esperam que os seus planos priorizem a planificação e a qualidade de ensino e aprendizagem, além da formação de professores e da carreira docente.

À  Unesco em Moçambique, cabe fazer uma revisão sob uma perspetiva internacional e comparativa. O foco estará em experiências anteriores e lições aprendidas de outros países.

As duas partes do processo afirmam estar confiantes que este será um "contributo valioso para o trabalho de revisão do Sistema Nacional de Educação para o alcance das metas da Agenda de Educação 2030".

*Apresentação: Eleutério Guevane.