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Em menos de um ano, 6 mil morreram devido à violência no Iêmen BR

Água chega em acampamento para deslocados no Iêmen. Foto: Ocha/Philippe Kropf

Em menos de um ano, 6 mil morreram devido à violência no Iêmen

No Conselho de Segurança, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários revelou que quase 30 mil pessoas foram feridas; confronto destrói propriedades e entregar itens de ajuda é extremamente difícil.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários informou o Conselho de Segurança sobre a situação no Iêmen. Na reunião desta terça-feira, Stephen O’Brien lamentou que pessoas continuem sendo mortas no conflito, que “está causando um sofrimento imensurável”.

Ele citou a destruição de casas e da infraestrutura e afirmou que desde março do ano passado, a violência já fez 35 mil vítimas, incluindo mais de 6 mil mortes. Os números foram reportados por autoridades de saúde do país.

Perigo

Segundo O’Brien, as agências da ONU e parceiros estão entregando assistência mediante “extremas dificuldades e circunstâncias extremamente perigosas” no Iêmen.

O representante está muito preocupado com o aumento das restrições humanitárias, porque os lados em conflito estão contribuindo para a redução do acesso aos civis que tanto precisam de ajuda – 82% da população.

Ocupação

Stephen O’Brien afirma que mais de 3,4 milhões de crianças estão fora da escola e mais de 1,1 mil escolas não podem ser utilizadas porque foram danificadas durante os confrontos, estão servindo de abrigo para desalojados ou estão ocupadas por grupos armados.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, conseguiu entregar cobertores, colchões e outros itens para mil famílias que estão na cidade de Taiz. Essa foi a primeira vez que a agência da ONU conseguiu entrar no local após mais de cinco meses de tentativas.

Taiz continua abrigando o maior número de deslocados internos do país: 400 mil, ou 16% do total de 2,5 milhões que abandonaram suas casas. Dentro de dois dias, a ONU apresentará seu apelo financeiro para o Iêmen, que terá o custo de US$ 1,8 bilhão.