ONU aprova processo de graduação de Angola para economia de renda média

País deve preparar estratégia nacional de transição suave em cinco anos; ONU e parceiros devem apoiar economia angolana; país continua com as vantagens dadas às nações menos avançadas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Assembleia Geral adotou esta sexta-feira uma resolução sobre a graduação de Angola de País Menos Avançado, PMA, para economia de renda média.
Até 2020, o país deve preparar-se para a nova etapa enquanto recebe assistência técnica e beneficia de vantagens ligadas ao atual estatuto.
Desafio
O embaixador de Angola junto à ONU, Ismael Martins, disse que a adoção do documento é um desafio de confiança da capacidade de transformação angolana perante dificuldades.
"Esta graduação é uma mensagem que nos é transmitida de que vocês estão no bom caminho. É preciso continuar a trabalhar com Angola no sentido de apoiar este esforço que está a ser feito pela população sobretudo nesta fase de choques externos. Refiro-me à queda do preço do petróleo que veio de mais de US$ 100 para menos de US$ 30 agora. É muito pouco tempo não há economia nenhuma capaz de resistir a esse tipo de choque. Nós temos vindo a resistir."
Portugal
Na sessão, o embaixador de Portugal Álvaro Mendonça e Moura disse à Rádio ONU que o mundo admite que o país africano tem vindo a crescer.
"Há aqui um duplo reconhecimento, um reconhecimento de que Angola tem desenvolvido nos últimos anos e que, neste momento preciso com as circunstâncias do preço do petróleo, é aconselhável dar a Angola mais tempo de ajustes à sua economia para poder diversificá-la."
A resolução convida o país a preparar a sua estratégia nacional de transição suave.
Nos cinco anos deve ser criado um mecanismo de apoio, um roteiro com os passos a serem seguidos, bem como estratégias e políticas económicas e sociais com parceiros multilaterais e bilaterais.
*Apresentação: Denise Costa.