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Ban cita terrorismo e extremismo violento como ameaças crescentes em África

Ban Ki-moon em Adis Abeba. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Ban cita terrorismo e extremismo violento como ameaças crescentes em África

Secretário-geral discursou no Conselho de Paz e Segurança da União Africana; preocupações incluem violência no Burundi e processo político no Sudão do Sul; chefe da ONU vai visitar regiões etíopes afetadas pelo fenómeno El Niño.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral das Nações Unidas declarou esta sexta-feira, em Adis Abeba, que o terrorismo e o extremismo violento são ameaças crescentes em África.

Ban Ki-moon disse ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana que o al-Shabab, a al-Qaeda, o Boko Haram e o exército de Libertação do Senhor consolidaram a sua presença ou estenderam as suas ações além-fronteiras.

Mali e na Somália

No seu discurso, o chefe da ONU destacou que o terrorismo tem impacto em operações de paz particularmente no Mali e na Somália.

Ban também falou do Sudão do Sul ao reiterar o seu desapontamento com os signatários do acordo de paz por não terem cumprido o prazo para formar um governo de transição. O período expirou a 22 de janeiro.

Disputas

O apelo do secretário-geral a todas as partes do conflito é que resolvam com urgência as disputas que impedem o estabelecimento do executivo.

Para Ban, é essencial que os Estados-membros da União Africana e da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, responsabilizem as partes assinantes do entendimento para seguirem os seus compromissos.

Acordo de Arusha

Sobre o Burundi, o chefe da ONU reiterou a necessidade de pôr em prática um processo político inclusivo. Ele lembrou que há 15 anos os governos regionais com o apoio internacional ajudaram a chegar ao Acordo de Arusha, que acabou com décadas de violência.

O secretário-geral disse estar convencido que o país pode ser "trazido de volta da beira do abismo". Mas destacou que os esforços urgentes devem ser guiados pelo mesmo espírito e para o mesmo objetivo.

O secretário-geral reiterou que a ação do seu enviado Jamal Benomar no processo, bem como a ação do sistema das Nações Unidas e de parceiros, vão apoiar o diálogo burundês e ajudar a encontrar formas de evitar que a situação piore.

Na capital etíope, o chefe da ONU reuniu-se com a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, com quem discutiu a cooperação ONU-UA e a série de conflitos que inclui a Líbia, o Sudão e a Somália.

No domingo, Ban deve visitar áreas afetadas pelo fenómeno climático El Niño para acompanhar os efeitos da crise e as ações de resposta do Governo da Etiópia.

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