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Consequências humanas do El Niño têm sido “enormes”

Seca na Etiópia. Foto: Ocha

Consequências humanas do El Niño têm sido “enormes”

Afirmação é da secretária-geral assistente da ONU para Assuntos Humanitários, Kyung-Wha Kang; representante falou a jornalistas esta quinta-feira na Etiópia.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A secretária-geral assistente da ONU para Assuntos Humanitários, Kyung-Wha Kang, falou a jornalistas esta quinta-feira às margens da Cimeira da União Africana, em Adis Abeda, sobre o impacto humanitário do El Niño.

A representante afirmou que as “consequências humanas do fenómeno climático em muitos países da região, do sul da África, da América Latina e das ilhas do Pacífico têm sido imensas”.

Força

Kang declarou que a comunidade humanitária tem acompanhado a situação cuidadosamente e que o principal pedido neste momento é por mais recursos.

A secretária-geral assistente destacou a força do atual El Niño que, segundo estimativas, pode ser tão forte quanto o de 1997/1998.

Cálculos apontam que o fenómeno causou na época a morte de 23 mil pessoas e o delocamento de mais de 1 milhão. Os danos foram estimados em US$ 45 mil milhões

Etiópia

Kang ressaltou a situação na Etiópia. No início de 2015, cerca de 3 milhões de pessoas precisavam de assistência alimentar; atualmente, são 10,2 milhões.

A representante alertou ainda que este número pode subir, se medidas urgentes não forem tomadas para restaurar os meios de subsistência nos setores agrícolas.

Um exemplo seria distribuir sementes que possam estar prontas para serem plantadas quando a temporada das chuvas chegar.

Eritreia

Na quarta-feira, a secretária-geral assistente terminou uma visita de três dias à Eritreia pedindo mais apoio às comunidades vulneráveis.

Ela também reiterou a prontidão dos atores humanitários e de desenvolvimento das Nações Unidas para trabalharem juntos, em apoio às iniciativas do governo, para atender às necessidades básicas e construir resiliências das comunidades mais vulneráveis.

Kang reuniu-se com autoridades e visitou programas de nutrição e saúde básica, liderados pelo governo, que ajudam milhares de mulheres e crianças na região de Maeke, com o apoio de agências da ONU.

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