Chefe do FMI fala de recuperação modesta nos preços petróleo em 2019
Em África, Christine Lagarde citou previsões feitas em mercados; barril do produto está cerca de 70% abaixo do valor de 2014; apelo às economias da África Central é que façam reformas com foco na diversificação e na integração.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, FMI, confirmou previsões de que os preços do petróleo devem manter-se baixos durante os próximos três anos.
Falando esta sexta-feira na capital dos Camarões, Yaoundé, Christine Lagarde mencionou expectativas dos mercados apontando uma "modesta recuperação" para cerca de US$ 60 o barril em 2019.
Diversificação
Desde junho de 2014, os preços de petróleo caíram em cerca de 70% de US$ 120 por barril para os atuais US$ 32 por unidade.
A chefe do FMI afirmou perante representantes da Comunidade Económica da África Central, Cemac, que "mais do que nunca é preciso uma agenda ambiciosa de reformas com foco na diversificação e na integração regional". O objetivo é restaurar um forte crescimento e garantir que o avanço seja inclusivo.
Estabilidade
A representante disse que tal como acontece no resto da África Subsaariana, a região tem visto um crescimento robusto aliado à estabilidade macroeconómica.
Entretanto, destacou que a queda de custos do petróleo segue-se a um momento em que o produto impulsionou a atividade económica regional e apoiou o investimento na infraestrutura.
Nova Realidade
Para Lagarde, a derrocada dos custos representa uma nova realidade para o grupo de países.
No encontro que abordou os preços baixos do petróleo e o financiamento das infraestruturas, Lagarde disse que em certos casos pode ser necessário um ajuste nos planos de investimento em grande escala a curto prazo.
O objetivo da medida seria preservar a capacidade fiscal e a sustentabilidade da dívida a médio prazo. Para a representante, um ajuste à nova realidade também significa tirar partido de novas fontes de crescimento na comunidade.
Política de Ajustes
A responsável declarou que os baixos preços de petróleo por um período longo "precisam de uma política de ajustes para manter a estabilidade macroeconómica e criar novas fontes de crescimento".
A chefe do FMI revelou ainda que o órgão está disposto a prestar assessoria sobre políticas, capacitação e apoio financeiro aos países da Cemac em caso de necessidade.
Economia Global
Lagarde declarou que a economia global registou uma expansão modesta e desigual de cerca de 3,1% em 2015. A expectativa é que "a fragilidade persista em 2016".
Quanto à Cemac, a diretora-geral do FMI falou de uma possível recuperação de 3,5% este ano, mas mencionou o impacto negativo de ações das milícias Boko Haram na região.
Outros fatores incluem o aumento das divergências de política monetária nas principais economias e o facto de a China, maior investidor em África, passar pelo reequilíbrio histórico do modelo económico e pela moderação do crescimento.
Leia Mais:
Christine Lagarde discute desafios económicos na Nigéria e Camarões