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Ctbto discute anúncio de teste nuclear da Coreia do Norte em Viena

Imagem: Ctbto

Ctbto discute anúncio de teste nuclear da Coreia do Norte em Viena

Primeira avaliação da entidade registou "evento sísmico incomum" no país asiático; presidente da Assembleia Geral pede que país opte pelo diálogo no lugar de demonstrações de poder.

Eleutério Guevane,  da Rádio ONU em Nova Iorque. 

Países-membros da Comissão sobre o Tratado de Proibição de Testes Nucleares, Ctbto, realizam esta quinta-feira um encontro em Viena para debater o teste nuclear subterrâneo anunciado pela Coreia do Norte.

Horas depois do anúncio, na quarta-feira, a Rádio ONU entrevistou o secretário executivo da entidade  que estava no Burquina Fasso.

Teste de 2013

Lassina Zerbo anunciou que analistas trabalhavam para esclarecer o "evento sísmico incomum",  que inicialmente foi comparado ao teste que ocorreu na Coreia do Norte há cerca de dois anos.

Zerbo disse que as leituras técnicas feitas ao tipo de explosão mostravam uma magnitude ligeiramente menor, mas próxima a do último teste registado em 2013. Ele disse que o local é o mesmo e que a deteção automática revelou que a dimensão e o sinal são quase próximos aos desse ano.

O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas reagiu "consternado e dececionado" à notícia, que foi inicialmente condenada pelo secretário-geral e pelo Conselho de Segurança.

Potencial

Mogens Lykketoft assinou uma nota que destaca que atividades nucleares violam inúmeras resoluções do Conselho de Segurança e têm o potencial de desestabilizar a situação na Península Coreana.

O chefe do principal órgão de deliberação da ONU destaca que armas nucleares e de destruição maciça "ameaçam a existência da humanidade e devem ser eliminadas."

O apelo a Pyongyang é que abandone programas de armas nuclear e de mísseis de forma verificável e irreversível, além de cessar todas as atividades relacionadas e cumprir todas as suas obrigações internacionais.

Não-proliferação

Estas incluem decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da Agência Internacional de Energia Atómica e outras normas internacionais de desarmamento e não-proliferação.

O pedido feito ao país foi no sentido de "prosseguir os seus objetivos através da opção pelo diálogo no lugar de demonstrações de poder", que segundo Lykketoft "representam uma séria ameaça à paz e à segurança global".

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