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ONU alerta que conflito no Iêmen matou mais de 2,7 mil pessoas BR

Crianças seguram um pedaço de metal no meio de casas destruídas por bombardeamentos aéreos. Foto: Unicef/Mohammed Hamoud

ONU alerta que conflito no Iêmen matou mais de 2,7 mil pessoas

Escritório de Direitos Humanos afirmou que mais de 5,3 mil ficaram feridos desde o início da crise no país em março do ano passado; situação mais crítica é na cidade de Taiz onde ocorrem os confrontos violentos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A ONU alertou que desde o início dos conflitos no Iêmen em março do ano passado, 2.795 pessoas morreram e 5.324 ficaram feridas.

Segundo o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, somente em dezembro pelo menos 81 civis foram mortos e 109 feridos por causa da violência no país.

Taiz

O porta-voz da agência, Rupert Colville, disse esta terça-feira que a situação mais grave é na cidade de Taiz. Ele afirmou que a região tem sido alvo de confrontos violentos há mais de oito meses, praticamente sem interrupção.

Colville explicou que postos de segurança estritamente controlados pelos chamados Comitês Populares, afiliados aos Houthis, limitam o acesso de suprimentos essenciais na cidade, incluindo alimentos.

A situação de saúde também está piorando com o hospital local, um dos maiores da região, sendo forçado a recusar pacientes.

O porta-voz declarou que os ataques aéreos continuaram durante o período do ano novo, 11 bombardeios foram registrados na capital do país, Sanaa, nos últimos dois dias. Há relatos também de novos ataques esta terça-feira.

Bombas de Fragmentação

Colville citou ainda alegações sobre o uso de bombas de fragmentação pelas forças de coalizão em Hajjah. Uma equipe do Escritório de Direitos Humanos visitou o distrito de Haradh e encontrou vestígios dos explosivos perto de uma plantação de banana.

O porta-voz disse ainda que o sistema prisional também está sofrendo o impacto do conflito. Desde março, 40 prisioneiros foram mortos e 10 ficaram feridos.

Mais de 4,3 mil fugiram de presídios em várias cidades do país depois das instalações terem sido bombardeadas ou invadidas por causa dos confrontos armados.

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