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Relator especial sobre territórios palestinos pede demissão BR

Makarim Wibisono, relator especial sobre a situação de direitos humanos nos territórios palestinos. Foto: ONU/Violaine Martin

Relator especial sobre territórios palestinos pede demissão

Segundo especialista independente, durante seu mandato, Israel não lhe concedeu acesso à área; relator vai apresentar seu último relatório à 31ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em março de 2016.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O relator especial das Nações Unidas sobre a situação de direitos humanos nos territórios palestinos, Makarim Wibisono, apresentou esta segunda-feira sua demissão ao presidente do Conselho de Direitos Humanos.

A medida entra em vigor em 31 de março. O especialista independente lamentou que, durante seu mandato, Israel não lhe concedeu acesso ao território palestino ocupado.

Observador Imparcial

O relator especial destacou que assumiu o mandato, em junho de 2014, com o “entendimento de que Israel lhe concederia acesso como um observador imparcial e objetivo”.

Diversos pedidos de acesso, tanto orais quanto por escrito, não tiveram sucesso. Wibisono ressaltou que não houve resposta de Israel a seu último pedido, em outubro de 2015, para que tivesse acesso até o fim do ano.

Segundo o especialista, o governo palestino cooperou com seu mandato ao longo deste período.

Falta de Proteção

O relator especial expressou profunda preocupação com a falta de “proteção eficaz de vítimas palestinas de contínuas violações de direitos humanos e da lei humanitária internacional”.

O especialista independente afirmou que “com relutância, deseja passar o bastão a um sucessor”, escolhido pelo Conselho de Direitos Humanos.

Wibisono espera que seu substituto possa “resolver o impasse atual e, assim, reassegurar à população palestina que após quase meio século de ocupação, o mundo não esqueceu sua situação e que os direitos humanos universais são de fato universais”.

O relator especial destacou que é importante para a credibilidade de Israel em relação ao direitos humanos que coopere plenamente com o mandato, “inclusive permitindo acesso irrestrito ao território palestino ocupado”.

O especialista independente vai apresentar seu último relatório à 31ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em março de 2016.

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