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Afro-descendentes devem participar mais no combate à mudança climática BR

Comunidades em África são afetadas de forma desproporcional por décadas de degradação ambiental. Foto: FAO

Afro-descendentes devem participar mais no combate à mudança climática

Declaração foi feita por um grupo de trabalho de especialistas em pessoas de descendência africana; eles afirmam que os afrodescendentes estão entre os que mais sofrem com os efeitos climáticos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

Um grupo de trabalho da ONU sobre Pessoas de Descendência Africana afirmou que os afrodescendentes devem ter maior participação no combate à mudança climática.

Segundo os especialistas, os esforços internacionais para lidar com o problema devem ser mais inclusivos e envolver os que foram negligenciados durante as reuniões da COP21 em Paris, no início deste mês.

Acordo de Paris

Para o grupo de trabalho, “a implementação do acordo de Paris e as futuras negociações sobre o clima devem ter como foco as necessidades e as opiniões dos que sofrem o maior risco, incluindo os afrodescendentes, e não ter como base as forças de mercado”.

Os especialistas disseram que as pessoas de descendência africana estão entre as mais afetadas pela mudança climática, ao mesmo tempo, tiveram pouca participação nas negociações da COP21.

Para o grupo da ONU, apesar dos avanços no combate ao racismo e à discriminação racial, os afrodescendentes estão geralmente entre as camadas mais pobres e marginalizadas da sociedade.

Poluição

Eles geralmente vivem em comunidades afetadas de forma desproporcional por décadas de degradação ambiental, como poluição do ar e lixo tóxico.

Com isso, os especialistas dizem que as conversações sobre mudança climática devem ser preparadas tendo como base as desigualdades ambientais e levando em consideração os africanos e afrodescendentes que vivem em todos os continentes.

O grupo de trabalho da ONU lembrou que a Década Internacional para as Pessoas de Descendência Africana, que vai de 2015 a 2024, tem como objetivo mostrar as contribuições feitas pelos afrodescendentes às sociedades.

A meta é também fortalecer a cooperação regional, nacional e internacional em relação ao aproveitamento total dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos dos afrodescendentes.