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Angola, Brasil e Moçambique em relatório sobre pequenos agricultores

Angola, Brasil e Moçambique em relatório sobre pequenos agricultores

Documento da Unctad destaca que pequenos agricultores precisam de mais apoio dos políticos em todo o mundo; cereais produzidos em África equivalem ao total apresentado pela Ásia Oriental há meio século.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

Um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, apela por mais atenção dos políticos para libertar o potencial de negócios dos pequenos agricultores.

O grupo tem acesso a apenas 12% das terras agrícolas que produzem mais de 80% dos alimentos do mundo, em termos de valor.

Comércio

O estudo intitulado Matérias-primas e Desenvolvimento 2015 destaca que as nações em desenvolvimento podem ter benefícios de uma maior participação de pequenos agricultores na produção sustentável e no comércio de mercadorias.

Entre os países lusófonos, Angola está entre 18 nações subsaarianas mencionadas no relatório que viram aumentar em 69% a produtividade do trabalho agrícola entre 1990 e 2012.

Brasil  e Moçambique

A experiência brasileira é citada pela integração das pequenas áreas agrícolas na política de segurança alimentar do governo. Em 2013, um campo com pouco menos de 20 hectares rendia em média 4.598 kg de cereais por hectare.

Já Moçambique é mencionado na publicação por uma iniciativa que ajudou vários agricultores a cultivar milho ao lado de plantas de crescimento rápido que fixam o azoto. Nessas áreas era produzido apenas um tipo de cultura.

O projeto Foresight da ONG britânica Global Food and Farming Futures aumentou os rendimentos das anteriores 5 toneladas por hectare para 8 toneladas por hectare.

Mercados

O estudo revela que atualmente, a produtividade de cereais em África é quase igual à da Ásia Oriental há 50 anos. O continente africano é colocado atrás de outras regiões quanto à produtividade de culturas de rendimento, embora as diferenças sejam menores que as observadas nos cereais.

O documento defende haver um aumento gradual da produtividade e da integração dos pequenos agricultores em mercados graças a mecanismos inovadores de financiamento.

Os outros fatores para esse desempenho positivo são acesso dos produtores à agricultura comercial, melhorias na formação e nos serviços agrícolas e serviços financeiros que usam tecnologias de informação e comunicação.

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