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OIT afirma que trabalhadores migrantes passam de 150 milhões no mundo BR

Trabalhadores migrantes representam 150,3 milhões da população geral de migrantes internacionais. Foto: Acnur/Olivier Laban-Mattei

OIT afirma que trabalhadores migrantes passam de 150 milhões no mundo

Estudo mostra “migração de trabalho” incluindo regiões e indústrias onde essas pessoas estão estabelecidas; agência da ONU diz que os homens representam a maioria da força de trabalho dos migrantes.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

Um novo estudo lançado esta quarta-feira pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, mostra que os trabalhadores migrantes representam 150,3 milhões da população geral de migrantes internacionais, que é de aproximadamente 232 milhões.

A “Estimativa Global sobre Trabalhadores Migrantes” revela que desse total, 206 milhões de migrantes estão aptos a trabalhar, quer dizer, com idade acima de 15 anos. O documento diz que mais de 72% desse grupo têm algum tipo de trabalho.

Agenda 2030

Segundo a OIT, os homens representam a maioria, com 83,7 milhões. As mulheres somam 66,6 milhões.

O diretor-geral da agência da ONU, Guy Ryder, disse que a análise representa uma contribuição da organização para que os Estados-membros possam alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Ryder citou especificamente os objetivos 8 e 10 que tratam da proteção de todos os trabalhadores, incluindo os migrantes, e da implementação de políticas migratórias.

O chefe da OIT disse que agora as autoridades têm todos os dados concretos para usarem como base em suas políticas e leis para o setor.

Fenômeno Global

O estudo da agência deixa claro que a migração de trabalho é um fenômeno global, mas praticamente metade dela está resumida a duas regiões: América do Norte e parte da Europa.

O documento diz ainda que os Estados Árabes têm a maior proporção de trabalhadores migrantes em relação aos trabalhadores em geral: 35,6%.

Além disso, a vasta maioria dos migrantes trabalha nos setores de serviço, seguidos pela indústria e construção. O trabalho doméstico aparece em último lugar nessa lista, com 7,7% dos migrantes.

O estudo deu atenção especial aos trabalhadores domésticos porque este é o setor menos regulado da economia.

Devido a grande quantidade de migrantes e a baixa visibilidade da força de trabalho neste setor, a agência da ONU menciona a ocorrência de diversas formas de discriminação.

A OIT calcula que dos 67,1 milhões de trabalhadores domésticos no mundo, 11,5 milhões são migrantes internacionais. A maioria é de mulheres, sendo que a região Ásia-Pacífico abriga a maior parte desse grupo seguida pela Europa e Oriente Médio.

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