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Sudão do Sul regista agravamento da situação humanitária

Deslocados internos em Juba, Sudão do Sul. Foto: ONU/JC McIlwaine

Sudão do Sul regista agravamento da situação humanitária

Número de vítimas de insegurança alimentar subiu para 7,5 milhões; país enfrenta surto de malária sem precedentes; coordenador pede trabalho conjunto após dezenas de incidentes violentos contra agências de auxílio.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas informaram que a situação humanitária continua a deteriorar-se no Sudão do Sul. Agências humanitárias apontam para a existência de cerca de 7,5 milhões de pessoas que enfrentam insegurança alimentar.

Um surto de malária sem precedentes está a afetar quase todos os estados do país mais novo do mundo, de acordo com os relatos da ONU.

Conflito

O Sudão do Sul já lida com mais de 2,3 milhões de pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas desde o início do conflito, que há dois anos opõe o governo e os rebeldes.

Em nota separada, o coordenador humanitário da ONU para o Sudão do Sul condenou com veemência um assalto à mão armada ocorrido na sexta-feira nas instalações da ONG Nilo Hope, na capital Juba.

Eugene Owusu disse que trabalhadores humanitários tiveram armas apontadas enquanto eram roubados "bens significativos" que transportavam consigo.

Assaltos

A ação seguiu-se a pelo menos 32 incidentes violentos contra agências de auxílio, que foram reportados por agências humanitárias em outubro. Em Juba foram registadas 15 tentativas ou casos assalto e roubo. Um funcionário morreu num incidente ocorrido em setembro.

O responsável disse que a violência e os crimes contra as entidades humanitárias no Sudão do Sul colocam em risco a capacidade de prestação de auxílio dos trabalhadores, quando "as necessidades são maiores do que nunca".

Respeito e Proteção

O apelo de Owusu  é que o tipo de ações cesse imediatamente e que todos os intervenientes respeitem e protejam o pessoal e os bens humanitários.

O representante pediu ainda a todas as partes, incluindo o governo, que trabalhem juntas para fortalecer a decisão coletiva de proteger a segurança dos funcionários do setor.

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