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ONU e parceiros criticam restrições contra refugiados nos Bálcãs BR

Grupo de refugiados na Croácia. Foto: Acnur/I. Pavicevic

ONU e parceiros criticam restrições contra refugiados nos Bálcãs

Acnur, Unicef e OIM alertam sobre medidas adotadas para dificultar movimento de refugiados e migrantes; eles tentam seguir da Grécia pelos países dos Bálcãs até a Europa.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A ONU e parceiros denunciaram esta sexta-feira as novas restrições de fronteiras impostas pelos países da região dos Bálcãs contra o movimento de refugiados e migrantes.

O alerta foi feito pelo porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, Adrian Edwards, durante coletiva de imprensa em Genebra.

Medidas

O comunicado conjunto foi assinado pelo Acnur, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e pelo Organização Internacional para Migrações, OIM.

As agências disseram que os governos da região implementaram medidas que estão dificultando o movimento dessas pessoas que querem deixar a Grécia passando pelos Bálcãs até chegar à Europa.

Edwards disse que as autoridades estão classificando as pessoas de acordo com sua nacionalidade.

Segundo o Acnur, a situação está se tornando cada vez mais insustentável. As medidas adotadas pelos países estão criando tensões nas fronteiras e causando um “efeito dominó”, deixando num “limbo” refugiados e migrantes em várias áreas.

Recepção

O porta-voz afirmou que tanto o Acnur como a OIM estão trabalhando com as autoridades locais para que se possa aumentar a capacidade de recepção nas nações mais atingidas pelo fluxo de migrantes.

Ao mesmo tempo, é necessário também preparar novas instalações para proteger essas pessoas do frio rigoroso na região.

Para Edwards é urgente que os governos aumentem a capacidade de recepção em vários pontos de entrada e que esses locais possam oferecer acomodações decentes seguindo os padrões de proteção de crianças.

Segundo ele, enquanto esse sistema não estiver funcionando, os únicos que estarão no controle da situação serão as redes de contrabandistas cujas atividades custaram a vida de 3,5 mil pessoas no Mar Mediterrâneo, neste ano.

O Acnur, o Unicef e a OIM pediram aos países da região que restabeleçam as operações de coordenação e resposta para ajudar migrantes e refugiados no processo de realojamento.