Técnicas nucleares ajudam a combater as terras secas no Quénia
Segundo agência da ONU, quase 80% do solo queniano é formado por terras áridas e semi-áridas; trabalho da Aiea ajuda a melhorar a fertilidade do solo e o manejo da água.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, quase 80% do solo do Quénia é formado por terras áridas ou semi-áridas. A mudança climática está a ameaçar esse “ecossistema frágil”, na avaliação da agência da ONU.
A Aeia explica que as práticas agrícolas do país já resultam num pobre crescimento das plantações; baixa produtividade das culturas e dos vegetais e séria degradação da terra.
Solo Fértil
As condições do clima tornam a seca e a falta de água dois problemas comuns. Mas com a utilização de técnicas nucleares, a Aiea está a ajudar o Quénia a melhorar a fertilidade dos solos e o manejo da água.
O projeto tem a duração de cinco anos. A Aiea trabalha com cientistas e laboratórios locais para determinar a quantidade de carbono perdido do solo e os efeitos da seca nas plantações do Quénia.
Treinos
É possível medir também a quantidade de fertilizantes e de água utilizada e checar a taxa de evaporação. Os dados gerados nos testes vão ajudar no planeamento de recomendações para os agricultores quenianos.
A Aiea afirma que mais de 300 agricultores foram treinados com as técnicas de conservação do solo e da água, tendo em vista a melhoria da produtividade. A maioria tem obtido bons resultados. Muitos agora conseguem colher mais de 10 toneladas de pasto por hectare.
Telemóvel
No caso das plantações de milho, a colheita de 500 kg por hectare subiu em média para 1,2 tonelada por hectare. Para a Aiea, o “uso de técnicas nucleares é essencial para o Quénia conseguir que os sectores agrícola e pecuário sejam modernos e produtivos”.
Outro benefício é ajudar a combater os efeitos da mudança climática. O projecto deve crescer e está planeada a inclusão da tecnologia móvel para a partilha de informação com os agricultores.
Assim que a medida for posta em prática, será possível enviar aos agricultores, via telemóvel, informações sobre a quantidade de fertilizante que se deve utilizar e quando e como irrigar as plantações.
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