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FAO: clima adverso faz preço dos alimentos crescer 3,9% em outubro BR

 em outubro para 2,53 toneladas, 1,1% abaixo do recorde do ano passado. Foto: FAO/Ami Vitale

FAO: clima adverso faz preço dos alimentos crescer 3,9% em outubro

Índice ainda está 16% abaixo do que no ano anterior; agência citou temores de que chuvas excessivas no Brasil teriam impacto nas colheitas da cana-de-açúcar.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou nesta quinta-feira que preocupações climáticas sobre o abastecimento de açúcar e de azeite de dendê levaram ao aumento do preço de importantes produtos alimentares, em outubro

O índice de preços de alimentos da agência subiu 3,9% em relação a setembro, mais ainda está 16% abaixo do que no ano anterior.

Brasil

O índice do preço do açúcar da agência lidera a alta geral, subindo 17,2% devido a temores de que chuvas excessivas no Brasil teriam impacto nas colheitas da cana-de-açúcar.

A expectativa é apoiada por relatos de seca na Índia e Tailândia.

A agência da ONU também relatou um aumento de 6,2% no índice de preços de óleos vegetais. As razões são a intensificação das preocupações com o impacto do El Niño sobre a abastecimento do óleo de dendê na Indonésia e o progresso lento na plantação de soja no Brasil, também por conta do clima desfavorável.

Cereais

A FAO reduziu sua previsão para a produção global de cereais em outubro para 2,53 bilhões de toneladas, 1,1% abaixo do recorde do ano passado.

A agência afirmou que a redução reflete queda nas expectativas sobre a produção de milho na Índia e na Ucrânia, principalmente devido a condições climáticas adversas.

Além disso, a seca na Tailândia teria causado a queda na projeção da colheita sazonal de arroz.

A FAO também afirmou que a projeção para a produção global de trigo cresceu, refletindo, em grande parte, uma colheita maior do que havia sido prevista na União Europeia.

Segundo o agência, o índice de preços dos cereais subiu modestos 1,7%, principalmente devido a crescentes preocupações sobre a seca afetando a plantação de trigo na Ucrânia e partes do sul da Rússia.

Laticínio

A agência relatou que o índice de preço dos laticínios subiu 9,4% em relação a setembro por conta de preocupações de que a produção de leite na Nova Zelândia iria cair. A taxa do preço das carnes permaneceu estável.

O índice de preços de alimentos da FAO é ponderado pelo comércio e acompanha os preços de cinco grandes grupos alimentares nos mercados internacionais: cereais, carnes, laticínios, óleos vegetais e açúcar.

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