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“Escravatura continua sendo um dos piores períodos da história” BR

Presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft. Foto: ONU/Cia Pak

“Escravatura continua sendo um dos piores períodos da história”

Declaração foi feita pelo presidente da Assembleia Geral da ONU durante evento sobre o aniversário de 200 anos do fim do comércio transatlântico de escravos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft, afirmou que “a escravatura continua sendo um dos piores capítulos da história”.

Lykketoft fez a declaração, esta quarta-feira, durante debate especial sobre as lições deixadas e os progressos alcançados desde a abolição da escravatura e do comércio de escravos, há dois séculos.

Legado de Horror

Ele afirmou que “nesse aniversário de 70 anos da ONU, é hora de o mundo se comprometer a chamar a atenção para o legado de horror sem precedentes” durante este período.

Lykketoft disse que todos devem continuar “honrando os escravos africanos e seus descendentes e reconhecendo suas contribuições para o mundo e para as sociedades”.

O presidente da Assembleia Geral disse que o último relatório do secretário-geral, Ban Ki-moon, fala sobre os esforços feitos para “homenagear as vítimas da escravatura e do comércio transatlântico de escravos”.

Lykketoft chamou atenção especial para as mulheres, já que o tema escolhido para este ano foi “Mulheres e Escravidão”.

Ele explicou que ser mulher e escrava era como juntar três problemas simultâneos: uma mulher escrava era negra numa sociedade branca, uma escrava numa sociedade livre e uma mulher numa sociedade comandada por homens.

Tradições

O chefe da Assembleia Geral disse que apesar de todas as dificuldades, essas mulheres foram amplamente responsáveis por preservar e passar a cultura e as tradições para seus descendentes.

Lykketoft declarou que apesar de um progresso significativo ter sido alcançado desde a abolição da escravatura, a luta de milhões de descendentes de escravos não acabou com o fim desse período.

Ele afirmou que o desafio que todos enfrentam hoje é o de adotar medidas para combater todas as formas de discriminação, incluindo de gênero e o racismo.

Além disso, é importante erradicar todas as formas de escravidão moderna, como por exemplo, a escravidão sexual.

Segundo o presidente da Assembleia Geral, muitas dessas questões fazem parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e cuja implementação deve ser prioridade para todos os governos.

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