OMC e FAO juntas para melhorar nutrição e acelerar desenvolvimento
As agências da ONU disseram que isso pode ser alcançado através da segurança dos alimentos e do comércio; pequenos produtores devem ter mais acesso aos mercados internacionais.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial do Comércio, OMC, e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, vão fortalecer a cooperação para melhorar a nutrição das pessoas e o desenvolvimento das regiões.
A decisão foi anunciada esta segunda-feira durante um evento realizado em Roma entre os brasileiros e chefes da FAO, José Graziano da Silva, e da OMC, Roberto Azevêdo.
Acesso
O objetivo é promover o comércio internacional e a segurança dos alimentos, além de permitir mais acesso dos pequenos produtores aos mercados agrícolas mundiais.
Graziano da Silva disse que “o comércio vai ter um papel importante para lidar com a crescente demanda dos países em déficit de comida. Ao mesmo tempo, a maior abertura do comércio pode minar a capacidade dos agricultores locais na produção de seu próprio alimento”.
Ele alertou que “o fracasso para se atingir um equilíbrio nas questões relacionadas à produção e ao comércio dos produtos agrícolas pode descarrilar o recente acordo de desenvolvimento sustentável para erradicar a fome”.
Justo
Seguindo essa linha, o chefe da OMC afirmou que “as agências buscam garantir que o sistema global de comércio funcione para todos e que seja justo e equilibrado”.
Roberto Azevêdo disse que o programa deve funcionar de uma forma que “apoie o crescimento, o desenvolvimento e permita que as pessoas tenham acesso aos produtos e serviços que necessitem”.
Ele disse ainda que durante suas viagens a países em desenvolvimento, principalmente na África, os empresários reclamam das dificuldades que enfrentam para alcançar os padrões determinados de cada setor.
Nairobi
Azevêdo fez referência a 10ª Conferência Ministerial da OMC que vai acontecer em Nairobi entre 15 e 18 de dezembro.
O encontro vai colocar em destaque o papel da agricultura, particularmente nos países em desenvolvimento e sobre como melhorar a vida das pessoas nos países mais pobres.
Azevêdo espera que um acordo possa ser firmado entre as nações que participarão do encontro para lidar com os subsídios de exportação.
A FAO e a OMC querem aprofundar a parceria para incluir além da segurança de alimentos e comércio, medidas sanitárias para impedir a propagação de doenças em plantas e animais durante seu transporte.
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