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Acnur espera que refugiados no Malaui retornem para Moçambique

Refugiados moçambicanos no Malaui regressam ao seu país, voluntariamente, a 1 de dezembro de 1994, após a guerra civil. Foto: Acnur/J.M. Goudstikker

Acnur espera que refugiados no Malaui retornem para Moçambique

Cerca de 300 pessoas fugiram de Moçambique para o país vizinho; em entrevista à Rádio ONU, porta-voz da agência para África Austral afirmou que órgão trabalha para que as pessoas não fiquem no campo e possam viver com a comunidade local.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Cerca de 300 moçambicanos chegaram ao vizinho Malaui fugindo de combates ocorridos recentemente no país.

A porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, para África Austral disse que alguns estão temporariamente na área onde um acampamento abrigou moçambicanos durante a guerra civil que terminou em 1992.

Comunidades Locais

Em entrevista à Rádio ONU, de Pretória, Tina Ghelli disse que a agência trabalha com o governo malauiano para que estas pessoas não fiquem num acampamento.

A porta-voz afirmou que “de acordo com a política do Acnur sobre alternativa aos campos, é muito melhor se as pessoas puderem viver com a comunidade local, para que possam tentar ganhar a vida e se sustentar”.

Ela disse ainda que a agência vai apoiá-los para tal e que, ao mesmo tempo, fornece assistência imediata com itens domésticos e comida do Programa Mundial de Alimentação, PMA.

Volta para Casa

Tina Ghelli afirmou que a agência espera que a situação dos refugiados moçambicanos seja “temporária”.

Ela declarou que parece haver muito trabalho em Moçambique para tentar “acalmar a situação” e que, portanto, a agência espera que o cenário seja “temporário e eles possam retornar”.

Grandes Lagos

A porta-voz do Acnur afirmou que já há um acampamento de refugiados superpovoado no Malaui com cerca de 23 mil deslocados, principalmente dos Grandes Lagos. Estes dependem inteiramente de ajuda humanitária.

Ghelli disse ainda que neste  momento, devido à “crise global de refugiados”, o “PMA não tem comida suficiente para as pessoas” que há meses têm vivido com rações reduzidas à metade.

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