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ONU recebeu apenas 46% do financiamento para ajuda humanitária BR

Em relação a setembro e para a Síria, o aumento foi de 9%. Foto: PMA/Abeer Etefa.

ONU recebeu apenas 46% do financiamento para ajuda humanitária

Ainda faltam US$ 10,8 bilhões para fornecer assistência para civis de 38 países afetados por crises; organizações humanitárias pretendem ajudar 82 milhões de pessoas neste ano; apenas 5% dos fundos para Gâmbia foram alcançados.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, divulgou nesta sexta-feira um balanço das contribuições financeiras recebidas ao longo deste ano.

As agências humanitárias da ONU haviam pedido US$ 19,8 bilhões para ajudar 82 milhões de pessoas entre janeiro e dezembro. O dinheiro é usado em operações humanitárias em 38 países afetados por conflitos ou crises.

Países

Mas até o dia 28 de outubro, ainda faltava receber 54% do financiamento, ou US$ 10,8 bilhões. Entre os apelos humanitários feitos pela ONU, 10 receberam entre 50% e 59%: Afeganistão, República Democrática do Congo, Iraque, Mauritânia, Nepal, Nigéria, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Vanuatu.

Em contraste, o plano humanitário para Gâmbia recebeu apenas 5% do financiamento necessário, enquanto para Djibouti e para a região africana do Sahel, o índice alcançado foi de 15%. Sem o dinheiro necessário, a entrega de assistência essencial para salvar vidas fica prejudicada.

Haiti

Segundo o Ocha, os países e entidades doadoras contribuíram com US$ 1,2 bilhão durante a sessão de alto-nível da Assembleia Geral no mês passado. A ajuda financeira para os trabalhos humanitários no Iraque aumentou 11% em relação à setembro e para a Síria, o aumento foi de 9%.

O balanço do Ocha traz também dados sobre o apelo humanitário de urgência feito para o Haiti. Esse plano cobre o período entre agosto e dezembro, no valor de US$ 26 milhões.

O Escritório da ONU explica que o financiamento é necessário para atender a múltiplos fatores: deterioração da crise de migração com a República Dominicana, retorno dos casos de cólera e aumento da insegurança alimentar e da desnutrição. O El Niño poderá piorar a situação, com o Haiti enfrentando o segundo ano de secas em várias partes do país.

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