OMS destaca sistemas de saúde para abordar “desafios de migração”
Em declaração, diretora do Escritório Regional da agência para Europa considera “vital ter uma visão de longo prazo” e “fortalecer políticas e sistemas de saúde”; Zsuzsanna Jakab disse que a Agenda 2030 promete que “ninguém será deixado para trás” no caminho para o desenvolvimento sustentável.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A diretora do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, para Europa, Zsuzsanna Jakab, citou números sobre a migração e afirmou que eles destacam que o fluxo de migrantes à região não é uma crise isolada.
Este seria uma “realidade contínua que vai impactar os países europeus por algum tempo”. Para a especialista, “é vital ter uma visão de longo prazo e usar esta perspetiva para fortalecer políticas e sistemas de saúde de forma a ajudá-los a enfrentar os desafios de saúde da migração atualmente e no futuro”.
Ninguém para Trás
Em declaração sobre o tema, Jakab afirmou, “isto é obrigação e responsabilidade da Europa, como parte da plataforma 2020, que busca alcançar saúde melhor e mais equitativa para todos”.
A especialista lembrou que em setembro deste ano todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas adotaram de forma unânime a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
O plano faz diversas referências a migrantes e à migração e promete que “ninguém será deixado para trás” no caminho para o desenvolvimento sustentável.
Direitos Humanos
A representante afirmou que o Escritório trabalha de forma próxima com autoridades de saúde pública na região.
Ela disse ainda que é preciso agir coletivamente para obter sistemas e políticas de saúde preparados e equipados para lidar com as diversas questões de refugiados e migrantes a chegarem à região e que respeitem seus direitos humanos e dignidade.
Zsuzsanna Jakab declarou que o setor de saúde tem um “papel vital a desempenhar em garantir o bem-estar das pessoas em trânsito, assim como a preservação da saúde como um de seus direitos humanos básicos.”
Multiculturalismo
Para a especialista, sistemas de saúde sensíveis aos migrantes devem oferecer interpretação adequada, mediação cultural e garantir que os trabalhadores da área tenham as “habilidades necessárias para lidar com a complexidade do multiculturalismo”.
Ela destacou uma reunião de alto nível sobre o tema, a decorrer em novembro, organizada pelo Ministério da Saúde da Itália.
Inverno
A representante ressaltou preocupação da agência com a chegada do inverno e a “crescente vulnerabilidade e migrantes”.
Ela afirmou que as “ações mais importantes a tomar” para reduzir a exposição ao frio são: fornecer abrigos aquecidos, refeições quentes e roupa adequada; tomar cuidado particular com pessoas vulneráveis; fornecer vacina para influenza; e detetar e tratar doenças relacionadas ao frio.
Números
A representante citou relatos da Organização Internacional para Migração, OIM, sobre um “número sem precedentes de chegadas”. No geral, até o momento, cerca de 700 mil refugiados e migrantes entraram na região da Europa em 2015, além dos quase 2 milhões de refugiados na Turquia.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, atualmente há mais de 60 milhões de refugiados, candidatos a asilo e deslocados internos em todo o mundo, como resultado de conflito e perseguição.
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