Ban condena ataques aéreos que destruíram hospital no Iêmen
Local era coordenado pela organização Médicos sem Fronteiras, com o apoio da OMS e do Unicef; secretário-geral da ONU pede investigação urgente do caso e lembra que hospitais devem ser protegidos durante confrontos.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral das Nações Unidas condenou o ataque aéreo que destruiu o Hospital Médico Hayadeen, em Saada, no Iêmen. Na nota sobre o incidente, Ban Ki-moon destaca que os ataques foram realizados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita.
O hospital era administrado pela organização Médicos sem Fronteiras, com o apoio da Organização Mundial da Saúde e do Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
Proteção
Além de destruir totalmente o hospital, várias pessoas ficaram feridas no ataque. O secretário-geral lembra que pela lei internacional humanitária, hospitais e profissionais da área médica precisam ser protegidos.
Ban pediu a todos em conflito no Iêmen para que respeitem suas obrigações sob a lei internacional de direitos humanos, prevenindo ataques contra civis ou instalações civis.
O chefe da ONU quer uma investigação rápida, eficaz e imparcial sobre o ataque, para garantir que seja feita justiça contra os responsáveis pela ação. A todos os lados em conflito no Iêmen, Ban voltou a pedir o fim imediato de todas as operações no país, incluindo ataques aéreos.
Crianças
Segundo o Unicef, o hospital destruído é o 39° centro de saúde atingido desde a escalada da violência em março. Outros hospitais não estão funcionado porque falta combustível, medicamentos, eletricidade e água.
O diretor da agência disse que mais crianças podem morrer no Iêmen pela falta de cuidados de saúde do que de bombas e balas. Anthony Lake informou que o número de crianças com risco de morrerem desnutridas triplicou, chegando a mais de meio milhão.
Segundo o diretor do Unicef, 10 milhões de crianças precisam de assistência humanitária no Iêmen e ele apelou novamente pelo “fim da tragédia”.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU informa que mais de 2,6 mil civis morreram no Iêmen (a maioria após ataques aéreos) entre 26 de março e 26 de outubro e o total de feridos chega a 5,2 mil.