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Acnur preocupado com abusos e violência sexual contra migrantes BR

O Acnur quer que as autoridades encontrem formas alternativas à detenção de crianças. Foto: Acnur/Achilleas Zavallis

Acnur preocupado com abusos e violência sexual contra migrantes

Agência da ONU cita relatos ocorridos durante viagem e também nos centros de abrigo de refugiados; autoridades dizem que mulheres e crianças são as maiores vítimas.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, está preocupado com os abusos e a violência sexual cometidos contra migrantes e refugiados.

Segundo a agência das Nações Unidas, mais de 644 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar este ano, 34% delas são mulheres e crianças.

Continente

Além dos riscos que elas enfrentam durante a viagem antes de chegarem às praias europeias, mulheres e crianças também são vítimas de abusos sexuais durante o percurso pelos países do continente.

O Acnur cita relatos de violência sexual em grandes centros de recepção de refugiados e migrantes, onde as pessoas se aglomeram em parques, estações de trem, de ônibus e ao longo das estradas.

A agência afirmou que os depoimentos recebidos falam sobre crianças mantendo relações sexuais, classificadas como “de sobrevivência”, para pagar os contrabandistas pela viagem.

Essas crianças estão sozinhas e acabam fazendo isso porque não têm mais dinheiro, porque foram roubadas ou porque não têm a proteção de um responsável.

Áreas Inseguras

O Acnur diz ainda que esses abusos acontecem também quando os menores de idade são detidos em alguns países e colocados em celas juntos com adultos.

As mulheres que viajam sozinhas estão na mesma situação, principalmente à noite quando permanecem em áreas inseguras ou em centros de abrigo que não possuem áreas separadas para elas.

A agência da ONU pediu a todas as autoridades europeias que adotem medidas para garantir a proteção de mulheres e meninas, incluindo a criação de instalações seguras para esse grupo.

O Acnur quer também que as autoridades encontrem formas alternativas à detenção de crianças.

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