Para ONU, não se "tomará o poder pela força" na República Centro-Africana
Representante do secretário-geral defendeu que os cidadãos desejam expressar-se através de eleições; chefe humanitário quer ajuda urgente para responder à dimensão do desafio humanitário no país.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O representante do secretário-geral das Nações Unidas na República Centro-Africana declarou que a tomada do poder pela força não será permitida a aqueles que pretendem fazê-lo no país.
Em nota, Parfait Onanga-Anyanga pediu a todas as partes que deixem que os centro-africanos se expressem através das eleições.
Referendo
O enviado declarou que mais de 90% dos eleitores foram registrados, o que demonstra o desejo das pessoas de se manifestarem através do pleito. Autoridades locais preveem realizar as eleições ainda este ano após um referendo constitucional.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários encerra esta sexta-feira a sua visita ao país.
Violência
Esta quinta-feira, Stephen O'Brien reuniu-se com deslocados no acampamento Saint-Saveur, no bairro de PK5 da capital Bangui. A área abriga a maioria das 62 mil pessoas obrigadas a fugir das suas casas devido à onda de violência iniciada em setembro.
Durante a sua visita, o também coordenador do Auxílio de Emergência abordou os desafios para assistência às comunidades afetadas pela violência e pela insegurança junto de agências humanitárias no país.
Auxílio
O encontro ocorreu no mesmo dia em que O'Brien libertou US$ 12 milhões do Fundo Central de Resposta de Emergência das Nações Unidas, Cerf, para dar auxílio essencial aos necessitados no país.
Apesar de considerar vital a resposta do Cerf para as operações humanitárias, o responsável declarou que é urgentemente necessário um valor adicional para fazer frente à dimensão do desafio.
Deslocados
Cerca de 2,7 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, o que ultrapassa a metade da população do país. Cerca de 400 mil deslocados internos estão espalhados pelo território centro-africano além de 454 mil pessoas abrigadas nas nações vizinhas.
Depois da visita à República Centro-Africana, o coordenador segue para os Camarões, onde deve reunir-se com funcionários do governo.
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