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Exportações da América Latina devem fechar o ano com redução de 14% BR

A Cepal recomenda mais investimentos em novas tecnologias e melhoria dos processos de produção. Foto: Unctad

Exportações da América Latina devem fechar o ano com redução de 14%

Relatório da Cepal mostra fortes quedas nos preços das matérias-primas e menor demanda internacional pelos produtos da região; secretária-executiva da entidade fala em encruzilhada.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe, Cepal, divulgou esta terça-feira um relatório sobre a crise do comércio. A expectativa da entidade é de que o valor das exportações na região feche o ano com 14% de contração.

Essa redução é influenciada pelas fortes quedas nos preços das matérias-primas e pela menor demanda internacional por produtos que a região exporta. As maiores reduções devem ser em países exportadores de petróleo.

Pior Desempenho

A Venezuela deve encerrar o ano com redução de suas remessas em 41% e no Brasil, o índice deve ser de 15%. Em 2014, as exportações registraram diminuição de 3% e em 2014, de 0,4%. Por isso a Cepal considera o desempenho entre 2013 e 2015 “o pior da região em oito décadas”.

Sem muitas perspectivas de recuperação de preços para o próximo ano, as exportações da América Latina e do Caribe devem voltar a cair em 2016. A Cepal explica que essa tendência de recessão impede que o comércio recupere o dinamismo apresentado antes da crise de 2008.

Encruzilhada

Para a secretária-executiva da Cepal, a região está numa encruzilhada. Alicia Bárcena explicou que existem duas opções: seguir o atual caminho, restrito pelo contexto global, ou privilegiar a política industrial, a diversificação e a facilitação do comércio.

Atualmente, vários fatores levam à diminuição das exportações na América Latina e Caribe: excesso de liquidez, queda da demanda agregada, desaceleração econômica da China e mudança de destino dos fluxos de capitais para a região.

Medidas de ajuste devem ser tomadas e a Cepal recomenda mais investimentos em novas tecnologias e melhoria dos processos de produção.

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