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Retorno de refugiados somalis deve custar cerca de US$ 500 milhões

Refugiados somalis embarcam em avião para retornar a Mogadíscio. Foto: Acnur/A. Nasrullah

Retorno de refugiados somalis deve custar cerca de US$ 500 milhões

Acnur apoia criação de estratégia que será apresentada a doadores na quarta-feira em Bruxelas; países vizinhos acolhem cerca de 967 mil refugiados somalis; outros 1,1 milhão de deslocados estão espalhados pela nação africana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Cerca de US$ 500 milhões serão necessários para ajudar as operações de retorno de refugiados somalis até 2017.

O valor faz parte de um plano a ser apresentado numa conferência de doadores a ser realizada na quarta-feira, 21 de outubro, na capital belga Bruxelas.

Reconstrução

Esta sexta-feira, o Alto Comisariado das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, destacou os esforços para ajudar o povo da Somália a acelerar a reconstrução do seu país com a ajuda da comunidade internacional.

Para a que é considerada "uma das situações mais complexas de refugiados do mundo", a agência disse que é essencial que um retorno bem-sucedido possa contribuir para um país mais estável e pacífico.

Investimento

O montante visa também apoiar os investimentos em "infraestrutura social e económica urgentemente necessária" no país.

De acordo com a agência, embora a segurança continue a ser uma preocupação, a falta de escolas públicas equipadas e de oportunidades de trabalho são apontados como fatores que desencorajam o regresso dos somalis.

Ajuda

Cerca de 5 mil de refugiados do acampamento queniano de Dadaab retornaram à Somália em dezembro com a ajuda do Acnur. Outros 4,5 mil estão inscritos noutros locais do Quénia que no total acolhem 420 mil somalis.

Em todos os países vizinhos estão 967 mil refugiados somalis que se juntam aos  1,1 milhão de deslocados na nação do Corno de África.

A violência no Iémen fez com que mais de 26 mil refugiados somalis voltassem ao seu país, principalmente para a capital Mogadíscio. O Acnur refere que a insegurança e as circunstâncias socioeconómicas não são adequadas para o regresso em massa para outras áreas.

Nova Vida

Durante o retorno, os refugiados recebem dinheiro, alimentos além de  artigos domésticos básicos como colchões, redes mosquiteiras, material de higiene e utensílios de cozinha para ajudar o início de uma nova vida.

O evento de Bruxelas conta com a presença do primeiro-ministro somali Omar Abdirashid Mohammed. O alto comissário da ONU para Refugiados António Guterres e a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança Federica Mogherini.

Mais de 30 doadores e organismos internacionais devem participar na conferência onde estarão ainda as delegações de alto nível dos vizinhos Djibuti, Etiópia, Quénia, Uganda e Iémen.

Retorno Sustentável

O objetivo do plano de ação a ser apresentado no encontro é preparar o retorno sustentável de refugiados somalis e permitir a reconstrução do país.

De acordo com o Acnur, as áreas prioritárias são infraestrutura, reforço da aplicação da lei, educação, água e saneamento, cuidados de saúde, abrigo, agricultura e criação de oportunidades de emprego.

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