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ONU alerta que está piorando a situação das crianças em áreas de conflito BR

Zerrougui falou da necessidade de mais recursos para facilitar a reintegração à sociedade de ex-crianças-soldados, incluindo meninas. Foto: ONU/Devra Berkowitz

ONU alerta que está piorando a situação das crianças em áreas de conflito

Representante especial do secretário-geral afirmou que “há um crescente desrespeito pela lei internacional”; Leila Zerrougui entregou esta quarta-feira relatório anual sobre crianças e conflitos armados à Assembleia Geral.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui, alertou que a situação dos menores que vivem em regiões de guerra está piorando.

A declaração consta do relatório anual apresentado esta quarta-feira à Assembleia Geral, em Nova York.

Desrespeito

Zerrougui afirmou que “há um crescente desrespeito pela lei internacional em muitas áreas de conflito ou onde tensões e violência estão aumentando”.

Segundo a representante de Ban Ki-moon, “as crianças estão pagando um preço muito alto em cada uma dessas situações”. Ela citou ainda que as crianças representam metade do número de refugiados e de deslocados que fogem de hostilidades.

O relatório de 32 páginas cobre o período que vai de agosto de 2014 a julho deste ano. Zerrougui chama a atenção para os grupos responsáveis pelo uso de violência extrema.

A representante da ONU disse que esses grupos cometeram “atrocidades indescritíveis contra crianças”.

Educação

Para Zerrougui, “a educação é a chave para combater o discurso extremista e para reduzir o risco de radicalismo”.

A representante especial do secretário-geral citou também ataques a escolas, sequestros de crianças e prisões e detenções de menores acusados de crimes de segurança sem o devido processo legal.

Zerrougui falou ainda da necessidade de mais recursos para facilitar a reintegração à sociedade de ex-crianças-soldados, incluindo meninas.

Ela citou avanços na campanha “Crianças, Não Soldados” para acabar e evitar o recrutamento e o uso de crianças por forças dos governos em conflitos armados.

Segundo Zerrougui, “um trabalho intensivo” de vários grupos e setores resultou na libertação de milhares de crianças-soldado na República Democrática do Congo, em Mianmar e no Sudão do Sul.

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