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Cultivo de ópio no Afeganistão cai 19% após seis anos de alta BR

Ópio é extraído da papoula. Foto: Unodc/Zalmai

Cultivo de ópio no Afeganistão cai 19% após seis anos de alta

Mais de 180 mil hectares de terra destinados para plantação de papoula; área de cultivo foi reduzida pela primeira vez desde 2009; produção neste ano deve bater 3,3 mil toneladas, uma queda de 48%.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Após seis anos em alta, o cultivo de ópio no Afeganistão caiu 19% este ano, na comparação com 2014. Nesta quarta-feira, foi divulgada uma pesquisa feita pelo Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, e o Ministério Afegão de Controle dos Narcóticos.

A área de cultivo da papoula, planta de onde se extrai o ópio, também foi reduzida pela primeira vez desde 2009: o país tem agora 183 mil hectares, contra 224 mil no ano passado.

Toneladas

O levantamento traz ainda uma estimativa da produção total de ópio no Afeganistão neste ano, que deve atingir 3,3 mil toneladas, 48% a menos do que a produção em 2014.

O diretor-executivo do Unodc declarou que a pesquisa pode servir como base para políticas que dêem continuidade aos progressos. Yuri Fedotov lembrou que muito depende do governo do Afeganistão e da comunidade internacional, que devem fornecer os recursos para combater uma “ameaça que coloca em risco as sociedades”.

Erradicação

O consumo de ópio causa dependência química e na campanha para erradicar a produção, cinco pessoas morreram e 18 foram feridas. O Unodc destaca que no ano passado, 13 morreram.

A queda na produção está ligada à redução da área de cultivo da papoula e na diminuição no rendimento de ópio por hectare, principalmente no sul do Afeganistão, já que a região produz 58% do ópio nacional.

A maior parte do cultivo ocorre na província de Hilmand, com 47% do total de hectares, seguida por Farah e Kandahar. Por outro lado, a província de Badghis aumentou a área de cultivo em 117%.