Ocha alerta para efeitos graves do El Niño na Somália
Escritório da ONU apoia ações de resposta local e quer criar maior consciência em relação ao fenómeno; cerca de US$ 30 milhões são necessários para atividades de 2015; prevê-se que efeitos durem vários meses.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O fenómeno climático El Niño deve causar fortes chuvas e inundações na Somália, principalmente nas áreas ao longo dos rios Juba e Shabelle.
As Nações Unidas alertaram ainda sobre cheias em zonas baixas do centro incluindo a Puntlândia, além do agravamento da seca em várias partes do território. Nos anos 2006-7, o El Niño afetou a mais de 440 mil somalis.
Necessidades
Para reforçar ações de preparação e lançar uma resposta imediata, o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, informou que precisa de US$ 30 milhões em 2015.
Trata-se de uma estimativa preliminar enquanto é esperado o registo de necessidades em relação aos efeitos do fenómeno, realizado por várias agências.
Na região, o El Niño é marcado pelo aquecimento do Oceano Índico. Em 2015, os efeitos podem durar vários meses com tendência a prolongar-se em 2016. O fenómeno fez cerca de 900 mil vítimas em 1997-8.
Planos
O coordenador humanitário da ONU na Somália disse que graças às lições aprendidas com o impacto dos episódios anteriores, vários parceiros desenvolveram planos de contingência.
Peter de Clercq afirmou que as atividades de preparação estão a aumentar, incluindo a preparação de abastecimentos e de barcos para as áreas mais expostas às inundações.
Resposta
Os parceiros trabalham ainda com as lideranças de comunidades das áreas propensas às inundações no reforço da capacidade de resposta local, dos diques fluviais e para aumentar a consciência em relação ao fenómeno.
De acordo com o Ocha, o El Niño ameaça piorar a situação humanitária já frágil do país, onde 3 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária e 1,1 milhão de habitantes são deslocados internos.
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