Ban “chocado” com alegações contra o ex-presidente da Assembleia Geral

Secretário-geral da ONU e atual presidente do órgão disseram que assunto representa “ataque contra a integridade” das Nações Unidas; autoridades americanas prenderam John Ashe esta terça-feira e disseram que ele está envolvido num caso multimilionário de corrupção.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse que está “chocado” e profundamente preocupado com as graves alegações feitas contra o ex-presidente da Assembleia Geral, John Ashe.

O anúncio foi feito pelo porta-voz de Ban, Stephane Dujarric, durante a entrevista coletiva de imprensa diária na sede da organização, em Nova York.

Integridade

Dujarric disse aos jornalistas que as ações alegadamente cometidas por Ashe “representam um ataque contra a integridade das Nações Unidas.

O porta-voz disse que o presidente da Assembleia Geral não está subordinado ao secretário-geral e tem plena liberdade e independência para desempenhar as funções do cargo.

O atual presidente da Assembleia Geral, Moges Lykketoft, reafirmou as palavras de Ban Ki-moon. Ele disse que “se provadas, essas (alegações) são um ataque à integridade das Nações Unidas”.

O presidente da Assembleia geral comentou sobre o impacto desse caso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e sobre o alegado envolvimento de uma ONG no esquema de corrupção.

Lykketoft disse que “se ficar provado que pessoas ou organizações envolvidas nos trabalhos da ONU, não somente nos ODS, participaram deste tipo de atividades, de corrupção de qualquer tipo, é claro que a organização não poderá continuar cooperando com eles”.

John Ashe

John Ashe, ex-embaixador de Antígua e Barbuda, foi presidente da 68ª Assembleia Geral entre setembro de 2013 e setembro de 2014.

As autoridades americanas anunciaram esta terça-feira que Ashe e mais cinco pessoas, inclusive um diplomata dominicano, foram presos envolvidos num caso de corrupção multimilionário.