Banco Mundial atualiza valor da linha da pobreza para US$ 1,90 por dia

Segundo órgão, total de pessoas pobres do mundo diminuiu desde 2012, passando para 702 milhões ou 9,6% da população mundial; valor base da linha internacional da pobreza era de US$ 1,25 por dia.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O Banco Mundial atualizou o valor da linha internacional da pobreza para US$1,90 por dia. Segundo o órgão, foi preservado o poder de compra real da anterior, de US$ 1,25 por dia.

A nova linha global de pobreza é baseada na Paridade do Poder de Compra nos países mais pobres do mundo. Assim, a projeção do Banco Mundial é de que menos de 10% da população mundial estará vivendo na pobreza extrema até o final do ano.

Nível de Vida

De Washington, o conselheiro sênior para Pesquisa de Desenvolvimento do Banco Mundial, Francisco Ferreira, explicou os detalhes da mudança à Rádio ONU.

“Se descobriu que os preços pagos nos países mais pobres eram na verdade um pouco mais baixos. Na África, da Índia, essas moedas (locais) têm um poder de compra maior do que se imaginava com relação ao dólar. Por isso que a linha é US$ 1,90, mas na verdade ela não mudou em termos reais. As taxas da Paridade do Poder de Compra tenta afastar essas flutuações (de câmbio), olham realmente o que cada moeda compra no seu país. E aí se descobre isso: o nível de vida é um pouco mais alto do que nós imaginávamos nos países pobres.”

Mais Pobres

O Banco Mundial calcula que 702 milhões de habitantes do planeta estarão na linha da pobreza até dezembro, ou 9,6% da população mundial. Em 2012, eram 902 milhões de pessoas, quase 13%.

Para o presidente do Banco Mundial, essa é a “melhor história do mundo hoje”, porque as novas projeções mostram que essa é a primeira geração na história que pode acabar com a pobreza extrema. 

Desafios

Jim Yong Kim explicou que as reduções na pobreza foram resultado de “taxas fortes de crescimento em países em desenvolvimento, investimentos em educação, saúde e segurança social”.

Mas o presidente do órgão admite que acabar com a pobreza extrema continua sendo uma meta bastante ambiciosa.

Jim Kim explica que isso será “especialmente difícil num período de fraco crescimento econômico, volatilidade dos mercados financeiros, conflitos, alto índice de desemprego entre jovens e impactos da mudança climática”.

África

O Banco Mundial informa que 95% da pobreza extrema continua concentrada em três regiões: leste e sul da Ásia e África Subsaariana. O que mudou nos últimos 25 anos é que em 1990, a situação estava pior no leste asiático. Mas agora, a África Subsaariana abriga quase metade dos pobres do mundo, enquanto 12% vivem no leste da Ásia.

No geral, a pobreza está diminuindo em todas as regiões do mundo, mas está mais forte em países em conflito ou que dependem de exportações de commodities.