ONU deplora ataques contra instalações humanitárias em Bangui

Onda de violência já fez 41 mortos e 412 mil de deslocados na capital da República Centro-Africana; vários funcionários foram transferidos por razões de segurança; pessoas "em estado de choque e medo extremo" podem receber apoio psicossocial.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O subsecretário-geral da ONU para Assistência Humanitária, Stephen O’Brien, disse estar "extremamente alarmado" com a recente onda de violência e pelos ataques contra instalações humanitárias na República Centro-Africana.
As Nações Unidas anunciaram que pelo menos 41 pessoas morreram e mais de 260 ficaram feridas na capital Bangui, em distúrbios que pioraram no sábado passado depois do assassinato de um jovem taxista muçulmano.
Necessidades
Até esta sexta-feira, foram confirmados 412 mil deslocados devido à ação de grupos armados que "impede a atuação de agências humanitárias".
Em nota, O’Brien disse que as pessoas não podem ter acesso a serviços básicos devido às limitações sofridas pelas ONGs e agências humanitárias.
Em Bangui, foi declarado um recolher obrigatório devido à agitação. Na quarta-feira, vários funcionários humanitários foram retirados da cidade por motivos de segurança.
Apoio Psicossocial
O também coordenador de Assistência de Emergência da ONU declarou que tal como aconteceu antes, as organizações humanitárias estão determinadas a ficar no país para servir ao povo centro-africano.
O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, disse que pode ser preciso dar apoio psicossocial a vários deslocados "em estado de choque e medo extremo" devido à violência.
A maior concentração de pessoas que deixaram as suas casas regista-se no acampamento de Mpoko, situado próximo do aeroporto da cidade. Após os últimos incidentes, o local recebeu mais 30 mil pessoas.
As equipas do Ocha contaram que enfrentam várias áreas barricadas para apoiar aos necessitados, que viram piorar a sua situação já difícil.
As necessidades imediatas na emergência incluem a oferta de cuidados de saúde e de auxílio básico. Caso a situação persista, o Ocha prevê oferecer alimentos, instalações de higiene e de saneamento.
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