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Ban apresenta em 2016 grande plano de ação contra extremistas BR

Ban Ki-moon na 70ª Assembleia Geral. Foto: ONU/Cia Pak

Ban apresenta em 2016 grande plano de ação contra extremistas

Anúncio foi feito na abertura da sessão de alto nível 70ª Assembleia Geral da ONU; sobre a Síria, secretário-geral condena “quatro anos de paralisia diplomática do Conselho de Segurança”.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Foi aberta na manhã desta segunda-feira, em Nova York, a 70ª sessão de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas. Até sábado, chefes de Estado e de governo e ministros de 193 países discursam no órgão.

O secretário-geral da ONU apresentou seu relatório anual e  começou seu discurso falando sobre a adoção da Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável e o combate à mudança climática. Ban Ki-moon disse que o mundo enfrenta um dilema.

Clima

Em francês, Ban destacou duas alternativas para a comunidade internacional: aumentar a ambição ou arriscar que a temperatura média do planeta aumente mais do que 2° C. Segundo o chefe da ONU, os países terão de se organizar para alcançar os novos objetivos do desenvolvimento sustentável.

Ele explicou que o financiamento será crucial e pediu a ajuda dos países desenvolvidos para que se alcance a meta de US$ 100 bilhões de investimentos por ano até 2020.

Ban Ki-moon também lembrou dos mais vulneráveis do planeta: 100 milhões de pessoas que precisam de assistência humanitária, o que fez com que a ONU pedisse US$ 20 bilhões para fornecer ajuda, seis vezes mais do que o pedido feito há uma década.

Refugiados

Sobre os refugiados, o secretário-geral agradeceu o apoio da Europa, mas disse que os países do continente podem fazer mais. Na quarta-feira, Ban Ki-moon comanda uma reunião de alto nível com os líderes mundiais sobre a crise de refugiados e migrantes.

A Síria também mereceu atenção especial no discurso de Ban na Assembleia Geral: ele explicou que os civis fogem do país devido à opressão, ao extremismo, à destruição e ao medo.

Para o secretário-geral da ONU, “quatro anos de paralisia diplomática do Conselho de Segurança e de outros fez com que a crise saísse do controle”. Ban disse que a responsabilidade maior para acabar com o conflito está com os lados sírios que estão em combate.

Extremismo

Mas ele afirmou que a batalha também é conduzida por “poderes de outras regiões”, que enviam “armas e dinheiro” para a Síria.

Ban Ki-moon destacou ser hora do Conselho de Segurança e atores regionais tomarem uma atitude e mencionou cinco países: Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã e Turquia.

Além da Síria, o secretário-geral mencionou o conflito no Iêmen, a crise entre israelenses e palestinos, e ações dos grupos Boko Haram, Al-Shabab e Daesh, acrônimo em árabe para o Isil.

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Líderes mundiais escutam o secretário-geral. Foto: ONU/Loye Felipe
70 Anos 

O secretário-geral da ONU anunciou que no início do próximo ano, ele vai apresentar à Assembleia Geral um “plano de ação abrangente sobre como os países podem trabalhar juntos para tratar a ameaça do extremismo violento”.

Irã, Coreia do Norte, Ucrânia, Líbia e Sudão do Sul foram outros países mencionados no discurso de Ban Ki-moon. Ele destacou que nos últimos 70 anos, as Nações Unidas ajudaram a “libertar milhões de pessoas do colonialismo, apoiaram a luta contra o apartheid, combateram doenças e defenderam os direitos humanos.”

Investimentos 

O secretário-geral destacou que a missão das Nações Unidas é fechar as lacunas do mundo. Na abertura, o presidente da 70ª da Assembleia Geral afirmou não ser possível mais depender “do modelo tradicional de crescimento dos últimos 70 anos”.

Monges Lykettoft pediu aos líderes mundiais que sejam superadas as desigualdades de salários, de riquezas, de acesso a recursos  e a serviços de qualidade nas áreas de educação e saúde.

Segundo o presidente da Assembleia Geral, “para construir uma infraestrutura sustentável global nos próximos 15 anos, serão necessários trilhões de dólares de investimentos”.

Acompanhe a cobertura completa da 70ª sessão da Assembleia Geral