Nos próximos seis meses, agência prevê que mais de 2,8 milhões de pessoas passem fome; mais de US$ 10 milhões são necessários para completar plano para salvar vidas e prevenir a falta de alimentos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, prevê que mais de 2,8 mil pessoas enfrentem fome na próxima época de escassez no Malaui. A crise alimentar prevista para o período entre outubro e março é considerada a pior em uma década.
O período segue às cheias mais graves de que há memória no país, registadas no início deste ano. Com o fenómeno foram arrastadas casas e reservas alimentares, além de terem sido destruídas terras férteis.
Sobrevivência
De acordo com a agência, algumas culturas conseguiram resistir às inundações só para sucumbir aos períodos de seca intensa nos meses seguintes, tornando a sobrevivência ainda mais difícil para os mais vulneráveis.
A agência já distribui alimentos e transfere dinheiro para os afetados como parte do plano de resposta para salvar vidas e prevenir a fome.
Mas o PMA considera essencial assegurar os ganhos de desenvolvimento alcançados em áreas como saúde e educação. Em algumas regiões afetadas, as pessoas "começaram a vender o gado para sobreviver".
Clima frágil
Uma preocupação para o meio ambiente é o facto de mulheres estarem envolvidas na venda de lenha e carvão vegetal, uma ação que agrava os danos ao clima já frágil.
O relatório Custo da Fome em África estima que a taxa de pessoas com baixa estatura no país ronda os 42%, considerada uma das mais altas da região. O problema custa cerca de US$ 600 milhões anuais ao Governo do Malaui.
Até março, o PMA precisa urgentemente de um financiamento adicional de US$ 10 milhões para manter a alimentação escolar, o apoio nutricional e a operação para beneficiar refugiados.
*Apresentação: Denise Costa.
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