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Relações heterossexuais sem proteção espalham o HIV na maioria das cidades

Relações sexuais sem proteção em áreas urbanas atinge trabalhadores de sexo. Foto: Unaids

Relações heterossexuais sem proteção espalham o HIV na maioria das cidades

Estudo com 200 centros urbanos menciona impacto do vírus em cerca de 15 cidades brasileiras; documento cita situação em capitais como Luanda, Maputo e Lisboa; lista de fatores inclui trabalhadores de sexo e uso de drogas injetáveis.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um novo relatório das Nações Unidas destaca que o vírus HIV é transmitido principalmente através de relações heterossexuais sem proteção, em 94 das 200 cidades mais afetadas no mundo.

O documento intitulado Acabar com a epidemia urbana da Sida foi elaborado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos e pelo Programa da ONU de Combate ao HIV/Sida, Onusida.

Cidades Lusófonas

As cidades são aconselhadas a fazer mais para responder à epidemia em áreas urbanas. As cerca de 200 urbes mais afetadas acolhem mais de um quarto das pessoas que vivem com o vírus em todo o mundo.

A capital de Angola, Luanda, tem até  28% das pessoas que vivem com o HIV no país. A maior cidade moçambicana, Maputo, tem 24% e a cidade brasileira de São Paulo, 14%.

Brasil e Portugal

O Brasil tem 15 áreas urbanas onde vivem cerca de 60% das pessoas infetadas no país. Trata-se de locais como Baixada Santista, Belém,

Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Grande Vitória, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

A capital de Portugal, Lisboa está entre os exemplos da atuação de governos municipais para promover a saúde pública com programas de mitigação.

Juntamente com as europeias Frankfurt e Zurique e a cidade de Vancouver no Canadá, estas oferecem espaços seguros e controlados com aconselhamento e outras formas de apoio.

O relatório revela que nas restantes 106 cidades, as principais causas da epidemia são trabalhadores de sexo, sexo desprotegido entre homens e uso de drogas injetáveis.

O relatório sublinha a necessidade de as cidades renovarem os esforços para abordar a saúde urbana de modo a acompanhar a evolução, além das pessoas que vivem e trabalham nelas.

O documento destaca vários países com leis específicas e políticas nacionais ou estratégias para responder às necessidades das pessoas que vivem com e afetadas pelo HIV.

Entretanto, as agências da ONU defendem que muitos países continuam a ficar para trás quando se trata de oferecer recursos adequados e implementar programas de HIV inclusivos e compatíveis com o meio urbano.

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