Especialistas em direitos humanos afirmam que muitos governos têm mais informação sobre a quantidade de aparelhos celulares no país do que sobre o número de desaparecidos; relator diz que tempo para promessas acabou.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários apresentou seu relatório anual esta sexta-feira no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Os especialistas querem que os países “assumam a busca por desaparecidos como uma prioridade”. Eles fizeram um apelo para que a questão seja reconhecida e a extensão do problema seja determinada de forma confiável.
Comparação
O chefe do grupo, Ariel Dulitzky, declarou que vários governos “têm mais informação sobre a quantidade de aparelhos celulares do que o número de pessoas desaparecidas” no país.
Ao discursar para os 47 Estados-membros do Conselho de Direitos Humanos, Dulitzky disse que “provavelmente uma pessoa estava desaparecendo” em cada um dos países enquanto ele falava.
México
O presidente do Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados afirmou que “acabou o tempo de palavras e de promessas”. Agora, é “hora de ação” em nome dos familiares das vítimas, em apoio a sua luta por “verdade, justiça, reparação e memória”.
Segundo Dulitzky, sua equipe recebe diariamente denúncias sobre pessoas desaparecidas. Sobre o México, ele elogiou a “reação positiva do governo sobre um relatório recente” ligado ao desaparecimento de 43 estudantes em Iguala, ocorrido há quase um ano.
Agências de notícias revelam esta sexta-feira que foram identificados os restos mortais de um segundo estudante do grupo; o primeiro havia sido identificado em dezembro. Um suposto mentor do massacre foi preso na quinta-feira.