Chefe de Direitos Humanos “chocado” com tratamento de refugiados
Zeid Al Hussein citou ações insensíveis e, em alguns casos, ilegais das autoridades da Hungria; ele mencionou imagens da polícia jogando gás lacrimogêneo e usando canhões de água na região da fronteira com a Sérvia.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O alto comissário das Nações Unidas de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou esta quinta-feira que está chocado com o tratamento dado aos refugiados e migrantes na Hungria.
Zeid citou as “imagens de mulheres e crianças agredidas com gás lacrimogêneo e canhões de água em ações das autoridades húngaras na região da fronteira com a Sérvia”.
Lei Internacional
O chefe de direitos humanos mencionou ainda medidas insensíveis e, em alguns casos, ilegais das autoridades que negaram a entrada, prenderam ou expulsaram os migrantes e refugiados.
Zeid criticou também o uso desproporcional de força, agressão a jornalistas e apreensão de material de vídeo. Ele explicou que algumas dessas ações representam uma clara violação da Lei internacional.
A Hungria construiu uma cerca na fronteira com a Sérvia e fechou vários postos de passagem entre os dois países. Além disso, o governo húngaro está falando também em construir cercas nas divisas com a Romênia e a Croácia.
Estilo de Vida
O primeiro-ministro da Hungria, Victor Orban, justificou as medidas dizendo que o governo estava defendendo “o estilo de vida” dos cidadãos húngaros, comparando com o estilo de vida dos muçulmanos.
Zeid “lamentou a visão xenófoba e contra os muçulmanos’contida no comunicado do governo.
Segundo o representante da ONU, “o pacote de medidas apresentado pela Hungria nesta terça-feira é incompatível com os compromissos de direitos humanos assumidos pelo país.
Zeid deixou claro que “essas medidas representam infrações inaceitáveis dos direitos humanos de refugiados e migrantes”. Ele disse que “buscar asilo não é crime”.