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Chefe de Direitos Humanos “chocado” com tratamento de refugiados BR

Refugiados e migrantes na Hungria. Foto: Acnur/ Mark Henley

Chefe de Direitos Humanos “chocado” com tratamento de refugiados

Zeid Al Hussein citou ações insensíveis e, em alguns casos, ilegais das autoridades da Hungria; ele mencionou imagens da polícia jogando gás lacrimogêneo e usando canhões de água na região da fronteira com a Sérvia.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O alto comissário das Nações Unidas de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou esta quinta-feira que está chocado com o tratamento dado aos refugiados e migrantes na Hungria.

Zeid citou as “imagens de mulheres e crianças agredidas com gás lacrimogêneo e canhões de água em ações das autoridades húngaras na região da fronteira com a Sérvia”.

Lei Internacional

O chefe de direitos humanos mencionou ainda medidas insensíveis e, em alguns casos, ilegais das autoridades que negaram a entrada, prenderam ou expulsaram os migrantes e refugiados.

Zeid criticou também o uso desproporcional de força, agressão a jornalistas e apreensão de material de vídeo. Ele explicou que algumas dessas ações representam uma clara violação da Lei internacional.

A Hungria construiu uma cerca na fronteira com a Sérvia e fechou vários postos de passagem entre os dois países. Além disso, o governo húngaro está falando também em construir cercas nas divisas com a Romênia e a Croácia.

Estilo de Vida

O primeiro-ministro da Hungria, Victor Orban, justificou as medidas dizendo que o governo estava defendendo “o estilo de vida” dos cidadãos húngaros, comparando com o estilo de vida dos muçulmanos.

Zeid “lamentou a visão xenófoba e contra os muçulmanos’contida no comunicado do governo.

Segundo o representante da ONU, “o pacote de medidas apresentado pela Hungria nesta terça-feira é incompatível com os compromissos de direitos humanos assumidos pelo país.

Zeid deixou claro que “essas medidas representam infrações inaceitáveis dos direitos humanos de refugiados e migrantes”. Ele disse que “buscar asilo não é crime”.