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ONU 70: Sete décadas de Assembleia Geral BR

Diogo Freitas do Amaral (no centro) em sua primeira sessão como presidente da Assembleia Geral em 19/09/1995. Foto: ONU/Evan Schneider

ONU 70: Sete décadas de Assembleia Geral

A 70ª sessão do órgão foi aberta no dia 15 de setembro e para celebrar, a Rádio ONU traz um pouco da história do único português que já presidiu a Assembleia Geral; Diogo Freitas do Amaral relembra as preocupações da comunidade internacional em 1995: Oriente Médio e África.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Foi inaugurada nesta semana a 70ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, sob a presidência do dinamarquês Mogens Lykketoft. E há exatamente 20 anos, um outro europeu tomava posse como presidente do órgão: Diogo Freitas do Amaral, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

A situação no Oriente Médio e na África já preocupavam a comunidade internacional há duas décadas. Assuntos envolvendo países das regiões estavam na pauta de debates da Assembleia Geral.

Votação

Era a vez de um representante da Europa presidir o órgão, e Diogo Freitas do Amaral foi convidado pelo governo de Portugal a tentar a vaga. Na época, concorreu à presidência com o então embaixador da Finlândia na ONU, mas Freitas do Amaral venceu com maioria de dois terços dos votos.

O ano era 1995 e ele tornava-se o primeiro e único português até agora a presidir a  Assembleia Geral da ONU.

Situação Mundial

“Tenho essa honra, espero que um dia possa haver outros portugueses. Tivemos muitas reuniões interessantes com os diferentes países da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa; o problema do apartheid na África do Sul; ocupamos-nos de um problema que já nessa altura preocupava as Nações Unidas: o Afeganistão e da ameaça que então havia do país ser controlado pelo Talebã, como efetivamente veio a ser.”

Freitas do Amaral , que vive em Lisboa, concedeu uma entrevista especial à Rádio ONU sobre os 70 anos da organização. Antes dele, o outro lusófono que já havia presidido a Assembleia Geral havia sido o brasileiro Oswaldo Aranha, na primeira sessão especial em 1947.

Relevância das Resoluções

O político português vê a Assembleia Geral como “um parlamento mundial”, onde líderes de todos os países têm a chance de expor seus argumentos sobre diversas situações, mesmo quando estão em conflito.

Para Freitas do Amaral, a relevância do órgão é única e continuará pelas próximas décadas.

“A maioria das resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas ainda está por cumprir. Mas os grandes problemas mundiais que se foram resolvendo, como o desarmamento, como o fim dos impérios coloniais europeus, como o fim do apartheid, etc, todos esses problemas foram resolvidos por aplicação das resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas.”

Diogo Freitas do Amaral acredita que o mundo “seria completamente diferente se não houvesse esse palco onde”, segundo ele, “se podem confrontar opiniões de todos sobre tudo e procurar linhas de consenso”.

Confira todas as entrevistas e reportagens sobre os 70 anos da ONU na página especial.