Ban afirma que cultura de paz depende de campanha contra injustiças

Assembleia Geral faz evento de alto nível sobre o tema; em meio à crise de refugiados, secretário-geral pede fim da xenofobia e da discriminação; neto de Gandhi participa da discussão em Nova York.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

A Assembleia Geral da ONU promoveu nesta quarta-feira um evento de alto nível sobre a promoção da cultura de paz. O secretário-geral da ONU afirmou que o encontro era sobre “confrontar as duras verdades do mundo, onde as pessoas estão sofrendo e morrendo pela violência e crimes crueis”.

Ban Ki-moon lembrou que a Síria é a pior crise humanitária da atualidade e que lá, no Iraque e em outros países, a ONU “faz todo o possível para salvar vidas”.

Divisão

Fazendo referência à crise de refugiados, o secretário-geral afirmou que no mundo globalizado, não se pode “virar os olhos para longe do sofrimento”.

Ban Ki-moon disse que faz coro “às vozes que falam contra a xenofobia e a discriminação”. Segundo ele, não se pode “construir uma cultura de paz sem uma campanha ativa contra a divisão e a injustiça”.

Futuro

Mas muito mais do que “palavras tranquilizantes, a cultura de paz exige uma prática corajosa”, afirmou o chefe da ONU. Ban disse que o mundo está se movimentando rapidamente, assim como as forças da divisão e do ódio.

No ano em que as Nações Unidas completam sete décadas, o secretário-geral destacou que a comunidade internacional precisa agir em várias frentes, em prol das gerações futuras.

Gandhi 

O neto do líder da independência da Índia, Mahatma Gandhi, também participou do debate de alto nível.

Segundo Arun Gandhi, seu avô acreditava na necessidade de “uma visão global, já que nenhum país pode viver com estabilidade e segurança se o resto do mundo estiver indo para baixo”.

Gandhi ressaltou que o futuro e o destino dos povos e dos países estão interconectados.

No evento sobre promoção da cultura de paz, houve também uma apresentação de uma orquestra de músicos israelenses e palestinos.