Ban pede a líderes europeus que sejam a voz dos que carecem de proteção
Secretário-geral apelou ao equilíbrio na divisão de responsabilidades em abrigar pessoas; chefe da ONU abordou vários representantes da UE via telefone; expectativa é que haja firmeza para deter fenómenos como xenofobia.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral apelou aos líderes europeus que sejam a voz dos que precisam de proteção, em chamadas telefónicas para discutir a crise migratória.
Ban Ki-moon pediu a diversos representantes de países do bloco que encontrem rapidamente uma abordagem conjunta para as crises de refugiados e de migração onde a partilha das responsabilidades seja feita de forma equilibrada.
Esforços
O chefe da ONU mencionou a Alemanha e a Áustria por continuarem a acolher milhares de pessoas que fogem de países em conflito. Em nota, divulgada pelo seu porta-voz, o secretário-geral garantiu a disponibilidade da ONU para continuar a apoiar os esforços dos líderes europeus.
A meta é desenvolver uma resposta eficaz, viável e que vá de encontro aos direitos humanos universais e às normas humanitárias, incluindo o direito de pedido de asilo.
Xenofobia
Ban elogiou aos líderes da UE por terem manifestado a sua preocupação com o aumento da xenofobia, da discriminação e da violência contra migrantes e refugiados na Europa.
Ban disse esperar que qualquer manifestação destes fenómenos seja “abordada com firmeza e sem demora".
O apelo segue-se vários pedidos feitos na semana passada por agências e altos funcionários da ONU por uma ação rápida por causa do agravamento das crises de migração na Europa.
Candidatos a Asilo
No domingo, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, apelou à União Europeia para que receba até 200 mil candidatos a asilo que fogem de zonas de conflito como a Síria, o Iraque e o Afeganistão.
A agência também saudou a decisão da Áustria e da Alemanha de receber milhares de refugiados e migrantes que atravessam a fronteira húngara desde sexta-feira.
O Acnur defende a execução de um plano de emergência para gerir a crise perante o maior afluxo de refugiados na Europa em décadas.
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